Goiânia 88 anos: O fundador e o povo
Este 24 de outubro celebra 88 anos do nascimento de Goiânia, cidade cuja construção foi…
Este 24 de outubro celebra 88 anos do nascimento de Goiânia, cidade cuja construção foi inserida no contexto nacional de interiorização do Brasil. Terceiro e último documentário da série especial preparada pelo Mais Goiás.doc para o aniversário de Goiânia aborda a história do fundador Pedro Ludovico Teixeira, bem como sua relação com o poder e com o povo.
O cenário da construção da Capital, em 1933, é o contexto da “Revolução de 1930”. Nessa época, o Getúlio Vargas passou a nomear uma série de interventores pelo país para estabelecer o seu poder político.
Em Goiás não foi diferente. Vargas apoiou a ascensão de Pedro Ludovico Teixeira em contraposição à família Caiado, apoiadora do antigo regime. Na sequência, o novo interventor decidiu pela construção de uma nova capital.
Os motivos que o levaram a tomar essa decisão são diversos. Além de deslocar o poder político da cidade de Goiás, onde a família Caiado era forte, Pedro Ludovico argumentou que a antiga capital não tinha condições sanitárias e que o relevo da região impedia seu crescimento.
Pedro Ludovico Teixeira: pulso firme
Historiadores, jornalistas descrevem o interventor como uma pessoa culta, inteligente e com muita habilidade política. Outro traço citado era o pulso firme com o qual tomava as decisões no estado.
“Ele era um homem politicamente sábio, tanto que isso explica a liderança dele”, disse o jornalista Hélio Rocha. “Tive uma boa impressão dele. Achei que ele tinha uma tendência a ser duro. Na nossa democracia hoje, a gente é um pouco liberal. Ele era um pouco fechado nesse sentido. Ele era mais duro porque o período era assim. Ele substituiu uma situação em Goiás que era super dura, então ele não poderia amolecer de repente”.
Tranquilidade do fundador
Na vida pessoal, entretanto, Pedro Ludovico era descrito como uma pessoa tranquila. O neto do interventor, Luiz Teixeira, disse que ele era muito calmo e que adorava dançar. “Todo mundo acha que ele era bravo. Nada, ele era de uma paciência que você não imagina. Nem parece que ele lutou na Revolução de 1930”, disse o neto.
Luiz também ressaltou a cultura do interventor e a sua predileção pelo tango. “Teve uma festa lá no Lyceu e todos os políticos foram convidados. O que mais agradou foi ele. Ele falou assim: ‘Eu não vim aqui para fazer discurso. Eu vim para me divertir com vocês’. Isso foi o que mais me marcou”, destacou.
Documentário inclui declarações de goianienses sobre Goiânia
Para além do conteúdo histórico, o filme ressalta características da capital evidenciadas pessoas que viram a cidade se transformar em metrópole e outros que, mais jovens, a escolheram para passar a vida.
José Mendonça Ribeiro tem 95 anos e é o comerciante mais antigo do Mercado Central de Goiânia, localizado na Rua 3, no centro da capital. Ele afirma que, nesses 71 anos, viu muita coisa mudar na cidade.
“Minha vida é Goiânia. Estou aqui quase a vida toda. Eu cheguei aqui no dia 15 de janeiro de 1950. Entrei no mercado com um armazém”, disse José. “A cidade melhorou muito, mudou muito. Quando eu cheguei aqui era tudo chão. Não tinha asfalto não. Evoluiu muito”.
Míriam Alves de Oliveira nasceu no interior do estado. Depois de morar muitos anos no exterior, veio para a capital e afirmou que adora viver aqui. “Goiânia é um lugar bom para viver. Se você quer começar um negócio, não importa o que seja, se você tiver força de vontade e coragem para trabalhar, vocêr consegue sobreviver, consegue se levantar, consegue ter seu próprio negócio. É uma cidade que te abraça. É uma cidade que abraça qualquer um que venha de qualquer lugar”.
Assista ao documentário completo:
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