Questionado sobre a composição do preço, o sindicalista revela que o Sindiposto, na quarta (18), fez um levantamento dos valores atuais. Ele enumerou:
- Gasolina A (a que sai da Petrobras e recebe o Etanol Anidro para se tornar a Gasolina C, que é a consumida nos postos): R$ 2,1390
- Etanol Anidro: R$ 0,9527
- Pis/Cofins (federal): R$ 0,6070
- CIDE (federal): R$ 0,0730
- ICMS: R$ 1,8264
Com isso, a Gasolina C, junto com os tributos chega a R$ 5,5981 – no dia 18 de agosto deste ano. Uma vez que a média de gasolina nos postos de Goiás é R$ 6,27, o valor de R$ 0,6719 corresponde a margem do posto, da distribuidora e o frete.
Márcio aproveita para citar que a Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE) é volúvel. Ou seja, ela pode se modificar para mais ou menos de acordo com a necessidade. “A CIDE pode chegar até R$ 0,20 e ser alterada a qualquer momento pelo governo federal. É uma forma de estabilizar os preços.”
ICMS e a “culpa” dos governadores
Na quarta, durante passagem por Manaus, o presidente Bolsonaro (sem partido) culpou parte dos governadores pela alta do preço do gás e dos combustíveis. “Hoje em dia, o litro da gasolina é vendido nas refinarias na casa de R$ 1,95. Se está R$ 6, R$ 7 o litro, o que é um absurdo, o imposto federal na casa de setenta centavos, vamos ver quem é o vilão nessa história”, insinuou.
E ainda: “O vilão não é o governo federal. A gente lamenta que alguns estados do Brasil, como o maior estado economicamente ativo, foi o estado que mais aumentou o ICMS em plena pandemia. É lamentável isso.”
Presidente do Sindiposto, Márcio interpreta a fala de Bolsonaro. “O que o governo federal fala é que ICMS é vária, já que se baseia no preço final da bomba, que já tem CIDE e PIS/Cofins. Ele considera que é um imposto sobre o imposto, o que seria ilegal”, ilustra.
Economista
Economista, mestre e doutora na área, Andreia Magalhães afirma que do ponto de vista de entrega, até o combustível chegar no posto, “nada podemos fazer”. Nesse sentido, ela orienta as pessoas a só saírem de carro se realmente houver necessidade.
Para redução no preço final, ela afirma que seria necessário o governo federal rever a política da Petrobras, que se baseia na cotação internacional. Já do ponto de vista do governo estadual, “ele pode reavaliar a tributação do ICMS, se entender que tem receita para isso”.
Isso, ela salienta, porque o ICMS é reserva de gestão. “Para além disso, a nossa demanda, se diminuir, pode fazer uma pressão em relação aos preços. Mas é apenas uma possibilidade”, conclui.