Igreja nega relação com pastor suspeito de estuprar garota em Itaberaí
A Igreja Batista Renascer de Itaberaí nega qualquer relação com o pastor suspeito de estuprar…
A Igreja Batista Renascer de Itaberaí nega qualquer relação com o pastor suspeito de estuprar adolescente de 12 anos. Segundo a Polícia Civil, Edson Rodrigues da Silva, de 43 anos, é responsável por coordenar um grupo de jovens e crianças na congregação. Embora o nome e contato do religioso conste no site da instituição, o pastor-presidente do templo, João Pereira da Silva de Queiroz, alega que o templo apenas cedia o espaço para que o investigado realizasse as celebrações.
Segundo o presidente da Batista Renascer, ele e o investigado são apenas conhecidos e ninguém suspeitava de nada. Edson teria pedido ajuda ao templo para montar uma escola de música. “Ele não faz parte do Ministério. Por ter aparelhos sobrando aqui em nossa igreja, nós doamos pra ele. As vezes você quer ajudar as pessoas e ninguém tem a cara, a informação do caráter. A gente só queria ajudar aquelas crianças, com um reforço escolar, música”, lamentou João Pereira.
No site do templo, é possível ver fotos do suspeito celebrando para vários adultos e menores de idade. Em uma das imagens, inclusive, o pastor aparece lendo a bíblia durante um ritual de batismo. “Eu soube ontem por causa da imprensa. É uma surpresa muito ruim, muito desagradável”, afirmou o presidente. Questionado se Edson já foi afastado das atividades que realizava na Igreja, o presidentes afirmou que sim. ‘Dessa forma não tem com manter uma relação assim”, concluiu.
Edson foi preso na última segunda-feira (2) após ter sido denunciado como o responsável por abusar sexualmente de uma adolescente no Parque Ecológico da cidade. Segundo as investigações, o pastor teria pegado nas partes íntimas da garota, beijado seu seio, tendo os atos ocorridos mais de uma vez. A Polícia Civil acredita que outras crianças e/ou adolescentes também possam ter sido violentadas pelo homem.
Investigação
O delegado Kristian Rosa, responsável pela investigação, disse que os estupros alegados começaram neste ano. Além de ser abusada, a menina era submetida a coação, pois Edson a ameaçava com um revólver. O pastor é vizinho da adolescente e ainda teria ameaçado a irmã da vítima no mesmo dia.
O investigador explicou ainda que o irmão do homem também é suspeito de presenciar os crimes. Depois da prisão do suspeito, o investigador apura se outras crianças e adolescentes podem ter sido vítimas. “Ele nega todos os atos, se faz se desentendido, mas as versões são contraditórias”, contou o delegado sobre o depoimento do suspeito.
Durante uma ação conjunta com o Conselho Tutelar, os agentes passaram a ouvir os relatos de ‘eventuais abusos’. O pastor teve o celular apreendido e a corporação já solicitou a quebra de sigilo, com o objetivo de ter acesso às mensagens e ligações do investigado. O nome e imagem deles foram divulgados conforme a Lei nº 13.869/2019 e a Portaria nº 02/2020-PCGO. O objetivo é que mais vítimas se pronunciem sobre possíveis crimes.
A reportagem tenta contato com o investigado, a fim de saber o que ele tem a dizer. No entanto, ele não atendeu as ligações.
À reportagem, o delegado afirmou que a adolescente abusada segue em casa, com os pais, e tendo acompanhamento psicológico. Vale ressaltar que um levantamento do Ipea já mostrou que 70% das vítimas de estupro no Brasil são crianças e adolescentes. Além disso, 32,2% desses casos, os crimes são cometidos por amigos ou conhecidos da vítima.