Manifestação

Imagem divulgada nas redes sociais mostra o momento em que estudante é agredido por um PM

Mateus Ferreira da Silva, de 32 anos, está internado em estado grave em um leito de UTI do Hugo. Na ocasião, a Polícia Militar alegou que ele havia sido atingido pelos próprios manifestantes

Imagem divulgada na tarde desta sexta-feira (28) nas redes sociais mostra o momento em que estudante Mateus Ferreira da Silva, de 33 anos, é agredido por um policial militar durante o protesto realizado na manhã de hoje no Centro de Goiânia.

Mateus, que é estudante de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG), está sedado e respira por aparelhos. No fim da tarde de hoje, ele foi internado em um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Mateus apresenta traumatismo cranioencefálico (TCE) e múltiplas fraturas.

A confusão que deixou Mateus ferido aconteceu quando os manifestantes estavam concentrados na Praça do Bandeirante, no cruzamento entre as avenidas Anhanguera e Goiás.

Em determinado momento da manifestação, um grupo arrancou bandeiras de movimentos sociais que estavam no carro de som e amontoaram para fazer uma fogueira. Os PMs chegaram ao local e dispersaram o grupo, que em seguida quebrou vidros de uma agência bancária e foi mais uma vez repreendido. Minutos depois, um grupo de manifestantes começaram a se aglomerar em volta do estudante ferido, que foi socorrido minutos depois pelo Corpo de Bombeiros.

Na ocasião, a Polícia Militar alegou que o estudante foi atingido durante confusão entre os próprios manifestantes, e não por PMs. No entanto, após a proliferação pela Internet da imagem que mostra o estudante sendo agredido, o assessor de comunicação da PMGO, tenente-coronel Ricardo Mendes, encaminhou nota afirmando que a corporação “condena veemente todo e qualquer tipo agressão praticada por policias militares no exercício de sua função”. Ele acrescentou que o comandante geral da PMGO, coronel Divino Alves de Oliveira, determinou a imediata abertura de inquérito pela corregedoria com o objetivo de individualizar condutas e apurar responsabilidades.

De acordo com o texto emitido, “enquanto perduraram as legítimas manifestações, não houve registro de ocorrência”. A ação da Polícia Militar teria começado após o início de uma “série de atos de violência de depredação” executada por um grupo de manifestantes.

Confira a nota na íntegra:

NOTA OFICIAL DA PMGO SOBRE A MANIFESTAÇÃO DE 28 DE ABRIL DE 2017

O Comando da PMGO condena veementemente todo e qualquer tipo agressão, praticada por policias militares no exercício de sua função, não compactuando com atos que possam afrontar os princípios da ética, moral e legalidade. Diante das imagens que circulam em redes sociais, que mostram a clara agressão sofrida por Mateus Ferreira da Silva, quando da intervenção policial militar, o Comandante Geral da Polícia Militar, Coronel Divino Alves de Oliveira, determinou a imediata abertura de Inquérito Policial Militar pela Corregedoria-PMGO com o objetivo de individualizar condutas e apurar responsabilidades.

Presta ainda, à Polícia Militar, os seguintes esclarecimentos:

1. No período das 3h até às 14h de hoje (28/04), sexta-feira, executou o policiamento visando assegurar o livre direito à manifestação, que fora convocada por sindicatos e diversas categorias;

2. Vale ressaltar que, enquanto perduraram as legítimas manifestações, não houve registro de ocorrência;

3. Após isso, a manifestação, que até então transcorria de maneira pacífica e ordeira, cedeu lugar a ações de vandalismos, as quais, acobertadas pela falsa sensação de impunidade gerada pelo anonimato, adotaram estratégia própria dos black blocs, utilizando máscaras e roupas para cobrirem o rosto e adotando acessórios que incluíram, dentre outros, escudos improvisados, gasolina, pneus e pedaços de madeira.

4. Dessa forma, teve início uma série de atos de violência e depredação, como os que foram amplamente mostrados ao vivo por todas as emissoras de TV que cobriam a manifestação.

5. Diante desses atos, foi necessária reação por parte da Polícia Militar.

6. Além dos danos ao patrimônio público, caracterizados a partir da depredação de ônibus do transporte coletivo, incluindo a pichação da estátua do Bandeirante e a destruição de parte do Grande Hotel, considerados patrimônios históricos da Capital do Estado, houve dano ao patrimônio privado, uma vez que duas instituições financeiras tiveram suas vidraças destruídas por pedras que foram arremessadas.

7. Durante a manifestação, 04 Policiais Militares foram feridos e encaminhados ao IML e submetidos a exame de corpo de delito.

8. Afinal, a Polícia Militar do Estado de Goiás informa que, através da Assessoria de Comunicação da Corporação (PM/5), continua à disposição de todos (3201-1453 / 99643-6784).

Tenente Coronel Ricardo Alves Mendes
Assessor de Comunicação da Polícia Militar do Estado de Goiás