TRAGÉDIA

IML libera corpo de bebê que era agredido pelo pais; enterro pode ser em Trindade

Avó da menina, de 6 meses, viajou do Maranhão para Goiás para reconhecer e liberar o corpo

O corpo da bebê de seis meses que foi vítima de agressões supostamente praticadas pelos próprios pais e que estava internada no Hospital Materno Infantil (HMI) desde o último dia 5 de março foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) às 18h da tarde desta quarta-feira (11). Segundo o IML, o cadáver será liberado para o velório a um familiar de primeiro grau – procedimento este que é obrigatório. A avó materna da criança, Dejane da Silva, chegou em Goiânia por volta das 15h30 e deve ser responsável por este processo.

Desde a tarde da última segunda-feira (10), o corpo passava por exames no IML. Informações preliminares são de que o sepultamento será realizado no município de Trindade. Entretanto, não há horário e local definidos. Familiares, porém, querem fazer o traslado do corpo para o município maranhense de Codó.

A avó da criança veio do MaranhãoGoiás para realização da liberação e a realização de outros procedimentos legais. Ela está sendo acompanhada pelo presidente do Conselho Tutelar de Trindade, Luiz Marcos, e uma assistente social.

O conselheiro relata ao Mais Goiás que a mulher está abalada e emocionada e, por isso, passará por atendimento psicológico.

RELEMBRE

A criança foi internada no dia 5 de março, com agressões e marcas de violência no Hospital Materno Infantil (HMI), onde ficou internada  por cinco dias, até o dia do seu óbito, que aconteceu na manhã última segunda-feira (10). O pai, de 23 anos e a mãe, de 18 foram considerados os principais suspeitos e foram presos.

A menina foi atendida em uma Unidade de Pronto Atendimento (UTI) Pediátrica em estado grave. O bebê apresentou segundo informações da nota do HMI divulgada ao Mais Goiás de que a menor tinha 12 fraturas em várias partes do corpo, além de marcas de queimaduras e lesões anteriores do crime.

Entre as descrições do documento, destaca-se o seguinte: “hematomas craniano, dorso em membros (…); múltiplas fraturas de ossos (…), costelas em várias fases de evolução (agressões repetidas); múltiplas lesões de queimaduras em várias fases de evolução (…) (tortura em meio cruel).”

A delegada responsável pelo caso, Renata Viera salienta que a morte da criança não alterará as investigações, mas sim as acusações que os suspeitos iram ser indiciados. O casal responderá por homicídio doloso qualificado, a pena pode variar de 12 a 30 anos de reclusão.

De acordo com as investigações, vizinhos disseram em depoimento que já ouviram discussões, pancadas e choros vindos da residência onde a menina morava. Um dos vizinhos próximos destacou em depoimento o desejo de adota-lá, mas que a mãe da menor teria recusado o pedido por quê “amava a filha”.  O homem cogitou a denunciar o casal as autoridades, porém por temer represálias e ser morador novo no local, decidiu evitar atritos com os pais.