Imprudência de comandante provocou naufrágio que matou cinco moradores de Rio Verde, diz polícia
PC concluiu que homem conduziu embarcação mesmo ciente do mau tempo
A Polícia Civil concluiu que o comandante do barco-hotel que naufragou e deixou sete pessoas mortas no Pantanal é o responsável pelo acidente. A investigação apontou que Vitor Celestino Francelino conduziu a embarcação mesmo ciente do mau tempo.
Cinco das vítimas eram de Rio Verde, município do sudoeste de Goiás. Quatro delas eram da mesma família.
O relatório da corporação foi assinado no dia 20 de outubro deste ano pelo delegado Iago Adonis Ismerim dos Santos, do Mato Grosso do Sul, mas só foi divulgado nesta terça-feira (20), pelo portal Olha Goiás.
Ao concluir o inquérito, o delegado entendeu que Vitor, que era o comandante, é o autor do crime de homicídio culposo, mas como ele também morreu no acidente fica impossível o seu indiciamento e, por isso, o investigador enviou o processo ao Poder Judiciário e sugeriu pelo seu arquivamento.
O delegado juntou laudos de exame periciais e o Relatório de Inquérito Administrativo Sobre Acidentes e Fatos de Navegação, confeccionados pela Marinha, para concluir o inquérito.
Os documentos apontam que a embarcação foi atingida por vento de 145,08 quilômetros por hora, sendo que o tempo já havia sido previsto e amplamente divulgado. O delegado escreveu ainda que a responsabilidade de checar as condições meteorológicas era do condutor.
Ainda conforme a Polícia Civil, a causa do acidente foi a “imprudência” de Vitor, que conduziu o barco mesmo ciente do mau tempo e que ainda deixou de executar uma manobra que poderia garantir a segurança dos tripulantes e passageiros.
A causa da morte das sete vítimas foi apontado no laudo como sendo “afogamento em decorrência de acidente náutico”.
Relembre o acidente
O acidente aconteceu em outubro do ano passado, quando um barco-hotel naufragou no Rio Paraguai, no Pantanal sul-mato-grossense, durante vendaval ocorrido. De acordo com o Corpo de Bombeiros, havia 21 pessoas na embarcação, sendo 12 delas goianas e nove moradores locais.
Um dos ocupantes do barco relatou à polícia que todas as pessoas estavam sem coletes. Ele disse ainda que, após o naufrágio, ficou no casco do navio junto com outros sobreviventes, até serem resgatados pela Marinha e pelo Corpo de Bombeiros.
Outra pessoa que estava na embarcação relatou, conforme o documento, que havia equipamento de segurança suficiente para todas as pessoas, porém, ninguém vestia o colete. O tripulante disse ainda que o barco tombou por causa de um “vento repentino”.
Dentre os cinco goianos na embarcação, quatro eram da mesma família. Eles foram enterrados no dia 17 de outubro daquele ano, em Rio Verde. Amigos e parentes se emocionaram na despedida do grupo.