“Incoerente”, diz associação sobre intenção da prefeitura de barrar ônibus na 44
Para o presidente da Associação Empresarial da Rua 44, há "birra" com a região
Após reunião no Centro de Operações de Emergência (COE), ocorrida na quarta-feira, 16, a Prefeitura de Goiânia decidiu pedir reforços do governo do Estado para intensificar ações contra aglomerações na região da Rua 44. A prefeitura solicitou ajuda no sentido de fiscalizar os ônibus nas barreiras rodoviárias que, eventualmente, estejam levando caravanas de pessoas para fazer compras. Para o presidente da Associação Empresarial da Rua 44 (AER44), Chrystiano Câmara, a iniciativa é “incoerente” e é vista como uma “birra com a região da 44”.
Em um vídeo, o diretor da Vigilância Sanitária de Goiânia, Dagoberto Costa, afirmou que há uma preocupação da prefeitura em relação ao grande número de pessoas na 44 e é o momento de recorrer ao auxílio do Estado para o combate às aglomerações nessa região.
De acordo com o diretor, um intenso trabalho tem feito nas e pelas lojas da região, mas ainda assim as aglomerações são notadas. Dagoberto atribuiu o problema às pessoas que saem de suas cidades com destino à 44, para fazer compras.
“Pedimos a participação tanto das policias rodoviárias como da Receita Estadual, no sentido de fazer uma fiscalização maior das caravanas que vêm de outras cidades e trazem diversas pessoas”, declarou o diretor.
Contudo, a ideia parece não agradar a associação de empresários que atuam na 44, a AER44. Segundo o presidente da entidade, Chrystiano Câmara, os comerciantes da região também está preocupados e os protocolos estão sendo devidamente cumpridos. Mas para Câmara, a proposta de fiscalização do fluxo de ônibus é fruto de “desconhecimento”.
“As equipes, tanto estadual quanto municipal, que tratam da saúde não entendem a realidade da região. É provável que eles nem conheçam nossa região. o que está acontecendo é uma falta de informação”, disse.
Ao Mais Goiás, o presidente da AER44 afirmou que não tem havido aumento exponencial no número de casos de covid-19 em Goiânia e os que são confirmados não têm relação com a 44. Segundo Câmara, não é viável estabelecer uma restrição de fluxo de ônibus numa região onde há uma rodoviária ao lado. A Rodoviária de Goiânia fica a 300 metros da região comercial.
“Dentro da nossa região da 44 não para ônibus nenhum. Os que a gente tem notícia, que estão parando, estão vindo buscar mercadoria, mas na Rodoviária de Goiânia chega ônibus o tempo inteiro. É incoerente, como a gente vai bloquear os ônibus? A gente vai cerca o povo?”, questiona.
“O que não pode ter é essa birra com a 44, essa confusão onde não tem confusão”, conclui.