INVESTIGAÇÃO

Influenciadora suspeita de divulgar site de apostas recebia Bolsa Família, diz Polícia Civil

Conhecida por exibir rotina glamourosa nas redes sociais, a influenciadora utilizava o benefício destinado a famílias de baixa renda

A influenciadora digital, Aline Reis, investigada por suspeita de aplicar golpes com o “jogo do tigrinho” em Goiás e São Paulo, recebia dinheiro do programa Bolsa Família. Segundo a Polícia Civil, só em 2024 a suspeita recebeu R$ 4,5 mil do programa.

Conhecida por exibir viagens internacionais, carros de luxo e uma rotina glamourosa nas redes sociais, Aline Reis utilizava o benefício destinado a famílias de baixa renda enquanto mantinha um estilo de vida incompatível com os critérios do programa. A investigação aponta que a influenciadora pode ter cometido estelionato ao acessar o benefício social sem atender aos requisitos de renda.

Segundo o delegado responsável pelo caso, Rony Loureiro, os dados de Aline foram confirmados no Portal da Transparência do Bolsa Família. O Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social informou que está atualizando o Cadastro Único para identificar inconsistências, como rendas incompatíveis ou registros desatualizados.

“Quem utiliza benefícios sociais sem necessidade tem que responder criminalmente. Seja por estelionato, por falsidade ideológica, mas tem que responder”, afirmou Loureiro.

Ostentação e fraudes

Além de receber o auxílio social, Aline e outras duas influenciadoras são suspeitas de enganar seguidores ao promover apostas falsas. O esquema envolvia o uso de redes sociais para atrair vítimas ao “jogo do tigrinho”, simulando ganhos expressivos para convencer mais pessoas a se cadastrar nas plataformas fraudulentas.

“Elas simulavam ganhos expressivos, atraindo usuários e recebendo comissões a cada cadastro realizado, enquanto mantinham um estilo de vida de luxo exibido nas redes sociais”, explicou o delegado.

Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Luziânia, Cristalina e São José dos Campos (SP). A polícia recolheu celulares, computadores e veículos de alto valor, incluindo carros avaliados em até R$ 500 mil, como parte da investigação. Aline e as outras influenciadoras ainda não se manifestaram sobre as acusações.