Crise na segurança

Inspeção no semiaberto detecta 31 armas escondidas na estrutura do presídio

  Na manhã desta sexta-feira (12), representantes da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) realizou inspeção…

 

Na manhã desta sexta-feira (12), representantes da Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) realizou inspeção na Colônia Agroindustrial do Regime Semiaberto, no Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Durante a vistoria, foram encontrados 16 celulares, cinco baterias, dois pendrives, oito chips de celular, cinco pedaços de ceguetas, duas facas, 11 chuchos, uma navalha, três cachimbos, um facão, nove barras de ferro e um alicate.

Participaram da vistoria representantes do Ministério Público (MP), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-GO), da Defensoria Pública e do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A determinação para realização da visita partiu da presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármem Lúcia.

Conforme explicou o superintende de Segurança Penitenciária da DGAP, Jonathan Marques da Silva, durante a inspeção, autoridades ficaram na parte exterior à área de segurança. “Por motivos de segurança, podem entrar para fiscalizar apenas após a operação”.

De acordo com o diretor-geral de Administração Penitenciária, coronel Edson Costa, inspeções são realizadas “quase” diariamente. “Estamos com efetivo para todo e qualquer apoio da instituição. A situação de arma encontrada será em qualquer presídio do País, no entanto, a inspeções são realizadas quase diariamente”, declara.

Insegurança

Marques reconheceu que a estrutura do complexo não é ideal, além de revelar como os instrumentos apreendidos podem ter entrado na unidade. “Não é adequada, mas adaptada. Trabalhamos com uma estrutura de décadas, deficiente. A unidade fica próxima da rua, é fácil arremessar objetos da parte exterior para dentro”.

Os objetos estavam escondidos em baixo das camas, nas paredes e em cima do teto. Todas as alas da unidade foram revistadas. O envolvimento de agentes será apurado.

(Foto: Divulgação)

De acordo com o superintendente, para evitar a entrada de objetos ilícitos com mais rigor seriam necessários equipamentos mais modernos. “Teríamos que ter scanners corporais como nos EUA, e maior e melhores estruturas física, mecânica e pessoal. Hoje temos detectores de metal manuais e foi licitado um scanner corporal como o da CPP.

A intenção é que esse equipamento seja replicado para todas as unidades”. Apesar da quantidade de armas e celulares apreendida na vistoria, ele afirmou que inspeções são rotineiras, quase diárias.

Nova unidade

Para Edson, este é um momento de realizar as atividades do sistema. “É uma determinação do Governador. Num primeiro momento, de esvaziamento e, depois, na construção de uma nova unidade”. Segundo o coronel, o novo local e a data de quando as atividades serão encerradas serão divulgados na semana que vem.

A nova unidade deverá ter a estrutura necessária e adequada para abrigar os apenados. “Precisamos de uma construção rápida. Estou fazendo o levantamento sobre as empesas que podem nos atender no que diz respeito a agilidade, qualidade e segurança”. Segundo o coronel, concluída a transferência de apenas para a nova estrutura, o semiaberto da Colônia Agroindustrial será destruído.

Granadas

Rumores de Cármem Lúcia teria desistido de participar da vistoria por causa da suposta presença de granadas no interior do presídio foram negadas pelo diretor. “Isso é especulação, aqui nunca foram encontradas granadas, tudo o que foi encontrado foi mostrado. A decisão de não fazer a visita partiu da própria ministra, que deixou bem claro que é dela a autoridade e a decisão para fazer isso”.

Além das armas apreendidas, Edson Costa afirma que foi cumprida outra determinação: que o estado apresentasse um cronograma de atividades para os próximos 30 dias. “Fizemos a entrega do documento ontem. É sigiloso, até porque faremos uma série de vistorias nas unidades de todo o estado. É importante que haja sigilo a respeito da data e horário das inspeções”.

Segundo o diretor, a determinação de remover do prédio indivíduos de alta periculosidade também foi cumprida. “Eles já estão em unidades de segurança estaduais e o próximo passo é leva-los a presídios federais”.