Instituto de Corumbá de Goiás tratará nova onça ferida em queimada no Pantanal
Assim como primeiro felino recebido em instituto, animal será submetido a procedimento com células-tronco para não perder os movimentos nas patas
O Instituto de Preservação e Defesa dos Felídeos da Fauna Silvestre do Brasil em Processo de Extinção (Nex), localizado em Corumbá de Goiás, recebeu mais uma onça-pintada ferida nas patas durante os queimadas no Pantanal. Em agosto, a entidade recebeu a primeira onça, a “Manancy”, que está passando por tratamento com células-tronco.
Dessa vez, o caso é de uma onça macho, de 70 quilos. O felino foi resgatado na última sexta-feira (11) por um helicóptero da Marinha e depois levado para a Universidade Federal do Mato-Grosso (UFMT). Na sequência, partiu em uma viagem de 13 horas para Corumbá de Goiás. Um médico veterinário acompanhou o animal por todo o trajeto.
A onça, que ganhou o nome de “Ousado”, também passará pelo tratamento com células-tronco. No procedimento, as aplicações são feitas exatamente nos pontos onde estão as lesões provocadas pelo fogo, para tentar acelerar o processo de cicatrização e regenerar o tecido queimado. Assim, os médicos tentam evitar que o felino perca os movimentos das patas.
“Foi feita a limpeza das feridas, aplicação da medicação e agora ele vai usar as botinhas. A gente torce para que ele não tire essas botas, porque elas vão servir como proteção quando ele for andar”, explicou o médico veterinário Thiago Luczinski.
Primeira onça
O primeiro felino recebido no Instituto Nex recebeu a primeira aplicação de células-tronco no dia 29 de agosto. Segundo Luczinski, a quantidade de aplicações e o tempo necessários depende de como o animal responderá ao tratamento, que é inédito.
O animal foi resgatado no dia 17 de agosto em estado grave de desidratação e com queimaduras de terceiro grau em todas as patas. A boa notícia é que Manancy, como foi apelidada, já está começando a andar.
“O processo de cicatrização está acontecendo. Foram feitas aplicações de células-tronco com resultados bem positivos. O tecido da cicatrização já cobriu alguns pontos de exposição óssea, assim como nas exposições de tendões”, afirma o veterinário.