Instrutor de tiros assassinado em Goiás foi monitorado pelo CV por quase 30 dias
Facção apontava que o instrutor de tiros seria o responsável por delatar o Comando Vermelho
O instrutor de tiros Danilo de Castro Sahium, de 32 anos, que foi assassinado em Goiás no mês de agosto, foi perseguido e monitorado pelo Comando Vermelho (CV) por quase 30 dias antes de ser executado. As informações constam no inquérito concluído pela Polícia Civil na semana passada, que foi encaminhado ao Ministério Público.
O crime aconteceu em 21 de agosto, em Aparecida de Goiânia. O homicídio teria sido praticado a mando da facção criminosa carioca, que apontava o instrutor de tiros como responsável por uma delação feita à Polícia Militar, que culminou com a apreensão de 10 fuzis e 10 pistolas que tinham como destino uma comunidade do Rio de Janeiro.
Conforme o inquérito, que apontou os seis suspeitos de participação no crime, Danilo passou a ser monitorado e seguido três dias após a apreensão das armas, em 23 de julho. Durante as apurações, o Grupo de investigações de Homicídios (DIH) de Aparecida encontrou nos celulares dos suspeitos vídeos e fotos do instrutor de tiros em diferentes pontos da Grande Goiânia.
Ainda segundo o documento, os matadores repassavam informações, em tempo real, ao mandante do crime, que mora no RJ, sobre onde Danilo estava. Um dos veículos usados pelo instrutor de tiros era monitorado através de um rastreador, instalado pela quadrilha, provavelmente no mesmo posto de combustíveis onde ele foi executado, quando chegou para buscar sua motocicleta.
Assassinato de instrutor de tiros em Aparecida: suspeitos ainda estão foragidos
A investigação da DIH indiciou Jakton Fabriny Farias Medeiros como mandante do crime. Ele segue foragido, assim como Guilherme Araújo da Silva, que teria sido o responsável por acompanhar os passos da vítima, e Willian de Jesus Medeiros, que participou da execução.
Informações levantadas pela Polícia Civil de Goiás mostram que Jakton vive em uma comunidade carioca que é dominada pela facção criminosa Comando Vermelho (CV).
Outro executor, Daivid da Silva de Oliveira, e Willian Pereira dos Santos, que deu apoio material, e logístico à quadrilha, já estão presos desde o mês passado. Um terceiro atirador, que tem 17 anos, também já foi apreendido.
Os seis suspeitos foram iniciados pela PC e denunciados prlo MP por homicídio triplamente qualificado, e corrupção de menor. As defesas deles não foram localizadas, mas o espaço está aberto, caso queiram se pronunciar.