CRIME ORGANIZADO

Integrante de quadrilha que roubava carros-fortes é condenado a 22 anos de prisão

Pablo da Silva Faria foi julgado e condenado pelos crimes de associação criminosa, tentativa de latrocínio e porte de arma de fogo em uma ação criminosa que aconteceu em Cristalina

(Foto: Divulgação/PRF)

A justiça condenou o único sobrevivente de uma quadrilha especializada em roubo de carro-forte na região do entorno do Distrito Federal a 22 anos de prisão em regime fechado. Pablo da Silva Faria foi julgado e condenado pelos crimes de associação criminosa, tentativa de latrocínio e porte de arma de fogo em uma ação criminosa que aconteceu na BR 040, município de Cristalina.

O caso ganhou notoriedade na época pelo uso de fuzis e explosivos por parte da quadrilha. De acordo com os autos, o crime aconteceu no dia 26 de novembro de 2018. Pablo e outras cinco pessoas atiraram contra o carro-forte e o explodiram, causando um prejuízo de mais de meio milhão de reais.

A quadrilha fugiu do local, mas entrou em confronto com a polícia em Minas Gerais e cinco deles morreram no local. Apenas o réu conseguiu fugir do local, sendo preso em junho de 2019.

Durante a audiência, Pablo confessou a participação no roubo, mas afirmou que não tinha a intenção de matar os vigilantes e que teria apenas atirado no chão. Sua versão foi contestada pelos próprios vigilantes, que disseram que os disparos foram efetuados nos vidros frontais e laterais do veículo, em direção aos trabalhadores. Um deles afirmou que os seis integrantes da quadrilha atiraram para matar.

A juíza responsável pelo caso, Placidina Pires, ressaltou que o grupo promovia “um verdadeiro espetáculo de violência e horror”. Ela afirmou ainda que Pablo era líder da associação criminosa, que causava pânico nos trabalhadores.

”As circunstâncias da infração penal, de outra banda, são desfavoráveis ao sentenciado, porque, pelo que restou apurado, a associação criminosa da qual era líder,  especializada na prática de crimes contra instituições financeiras e carros-fortes, promovia um verdadeiro espetáculo de violência e horror, capaz de deixar em pânico não apenas os vigilantes das empresas de segurança, mas todos aqueles que presenciavam os ataques e que deles tinham conhecimento, inclusive as vítimas dos roubos dos veículos utilizados nas empreitadas delituosas – o que, sem nenhuma dúvida, transborda os limites do vetor em análise”, concluiu a magistrada.

Relembre o caso

Segundo o que informou a Polícia Rodoviária Federal (PRF) de Brasília, os bandidos estariam em pelo menos três veículos, sendo eles um jeep e outros dois carros de passeio, de placas não anotadas pelas testemunhas. Seis criminosos aproveitaram uma descida, no meio da rodovia, para atuarem. Segundo as autoridades, a ação durou 15 minutos, e o grupo de bandidos portava fuzis e pistolas. Segundo as testemunhas, pelo menos quatro cargas explosivas foram usadas para que os criminosos conseguíssem o resultado.

As primeiras informações surgiram a partir do compartilhamento de policiais da região com outras forças de segurança pública (ouça um dos áudios). “Senhores, estouro de carro forte na BR-040”, avisa um dos policiais militares de Goiás aos colegas de farda do Estado através de mensagens instantâneas. Este não é o primeiro ataque a carro forte em Cristalina em 2018.