Integrantes do Comando Vermelho são levados a juri popular por assassinado de carpinteiro
O motivo do crime seria disputa territorial por tráficos de drogas
Os cincos suspeitos de assassinar e decapitar o carpinteiro Erivaldo Ferreira da Rocha por vingança serão levados a juri popular. Todos eles fazem parte da facção criminal Comando Vermelho (CV). A decisão foi proferida nesta segunda-feira (27) pelo juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3º Vara dos Crimes Dolosos contra a Vida. O motivo do crime seria disputa territorial por tráficos de drogas. O crime seria uma vingança ao irmão da vítima.
Juri Popular por assassinato
De acordo com a decisão parcial do juiz, os presos responderão ao julgamento em cárcere privado. O magistrado entendeu que os suspeitos poderiam comprometer a ordem pública caso continuassem em liberdade. A resolução levou em conta as provas, os interrogatórios e os depoimentos das testemunhas do crime.
“No presente caso, verifico, por meio das provas coligidas aos autos, a presença dos requisitos necessários para a prolação da decisão intermediária de pronúncia, uma vez que a materialidade se encontra demonstrada, bem como os indícios de autoria e participação que pesam contra os denunciados”, pontuou o juiz Jesseir Coelho.
A motivação do crime, de acordo com os autos, seria a disputa de controle do tráfico de drogas na região do Urias Magalhães, em Goiânia. De acordo com a denúncia, o alvo seria o irmão de Erivaldo, Erli Ferreira da Rocha, que tinha envolvimento com a facção Primeiro Comando da Capital (PCC), rival do Comando Vermelho.
A titular da Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), Silvana Nunes, destacou que, durante as investigações, houve dificuldade de chegar aos autores, já que a vítima não tinha histórico criminal. “Eles decidiram matar o irmão de Erivaldo, que é do Comando Vermelho, porque ele estaria vendendo drogas na região deles. Como tentaram, não conseguiram. E ele fugiu, então eles atraíram o Erivaldo”, diz.
Relembre o caso da morte do carpinteiro
O assassinato aconteceu em janeiro de 2019, no Setor Urias Magalhães, em Goiânia. A vítima foi atraída pelos acusados e foi morta. A cabeça de Erivaldo foi decapitada. E, após o crime, a cabeça foi levada por um dos suspeitos em uma moto e deixada na porta do shopping Passeio das Águas. O corpo foi encontrado cincos dias depois, no rio Meia Ponte.
“Todos são pequenos traficantes ligados ao Comando Vermelho. Eles atraíram o Erivaldo com a promessa de que tinham um lote para ele capinar, e quando ele chegou lá, sem saber de nada, já foi recebido com dois tiros”, explicou a delegada, à época.