Interdição de Cmei afeta mais de 400 crianças no Setor Vila Nova, em Goiânia
Local foi interditado por conta de problemas na estrutura. Pais e servidores relatam prejuízos com aulas apenas virtuais
Mais de 400 crianças estão sendo afetadas com a interdição do Cmei Viver Infância, no Setor Vila Nova, em Goiânia. Em dezembro, por conta de problemas na estrutura do local, a unidade de ensino precisou ser interditada. Agora, com o retorno das aulas presenciais, os alunos estão sem um espaço para o desenvolvimento das atividades educacionais. Prefeitura diz que o problema será solucionado até na próxima semana.
Ao Mais Goiás, uma servidora que preferiu não ter o nome divulgado disse que os problemas tiveram início em novembro de 2021, quando foram identificadas rachaduras nas paredes de duas salas. À época, uma equipe de engenheiros enviada pela Secretaria Municipal de Educação (SME) interditou um pavilhão de cinco salas.
Segundo a profissional, para não suspender o atendimento, algumas turmas foram juntadas e colocadas em uma única sala. “Na época estávamos fazendo rodízio de alunos, então conseguimos acolher as crianças sem maiores transtornos”, ressaltou.
No início de dezembro, servidores e pais receberam a notícia de interdição total do local. O atendimento, então, passou a ser online, apenas com o professor. Conforme o relato, com exceção de profissionais da secretaria, todos os auxiliares administrativos foram emprestados para outras instituições. As crianças, no entanto, não foram transferidas para outras unidades.
“Enquanto a SME permanece inerte e não nos aponta prazo para conclusão do processo de aluguel de um novo espaço, as crianças estão em atendimento online com apenas dois encontros por semana, de cerca de 40 a 60 minutos, gerando mais ansiedade porque criaram expectativa de retornar ao presencial após tanto tempo no ensino remoto”, criticou a servidora.
E completou: “os servidores administrativos sendo tratados como objetos sem valor algum. É o descaso com a comunidade escolar somado com o desrespeito ao servidor”.
Interdição de Cmei na Vila Nova: mães relatam prejuízos aos filhos
A vendedora Ana Carolina Pitaluga, de 37 anos, disse que tem passado por dias difíceis. Ela conta que o filho, de 4 anos, é autista e que as aulas remotas não surtem efeito. “Ele não tem concentração para ficar em frente a uma tela ou televisão. Nós temos laudo médico com uma recomendação para que ele retorne às atividades presenciais, pois as aulas à distância têm prejudicado o desenvolvimento e socialização dele”.
Outra mãe que preferiu não ter o nome divulgado contou que tem enfrentado desafios, já que precisa trabalhar e não tem com quem deixar o filho. “Fiquei dois anos para conseguir a vaga e agora acontece isso. Precisamos trabalhar. Tem sido uma luta. Às vezes tenho que faltar ao serviço porque não tenho onde deixar as crianças. Estávamos contando que as aulas voltariam em janeiro, mas foi só decepção”, lamentou.
O que diz a prefeitura
Em nota, a SME disse que, em razão de problemas diagnosticados em dezembro, a pasta teve que realizar intervenções emergenciais na unidade.
“Diante disso, a secretaria está preparando um novo prédio para receber os alunos e os profissionais da Educação. A previsão da SME é de que o novo local esteja em pleno funcionamento já na próxima semana”, finaliza o texto.