PODE INCLUIR TODO O ESTADO

Internet e TV serão utilizadas para aulas da rede municipal de Goiânia

Secretário de Educação, Marcelo Ferreira, não acredita no retorno neste semestre. “Se movimentar a educação [de forma presencial], são no mínimo 130 mil pessoas”, teme pela disseminação

Internet e TV serão utilizadas para aulas da rede municipal de Goiânia

Segundo a prefeitura de Goiânia, que pretende implantar atividades online para os alunos da rede municipal na segunda-feira (13), cerca de 85% dos estudantes possuem algum de tipo de acesso à internet em casa – a maioria por banda larga e crédito pré-pago. Então, além da plataforma digital, serão disponibilizados também conteúdos pedagógicos em parceria com a TV UFG, a fim de alcançar os demais (97% têm televisão em casa – segundo estudo da secretaria municipal de Educação, que também abrangeu a internet).

“Se movimentar a educação [de forma presencial], são no mínimo 130 mil pessoas”, aponta o secretário Marcelo Ferreira da Costa, que teme uma disseminação do coronavírus, o que sobrecarregaria o sistema de saúde.

Marcelo explica que a proposta chega nesse momento, pois era necessário o estudo que comprovou o número de estudantes com acesso à internet e à TV. “Não iríamos deixar aquelas crianças sem internet desassistidas. Seria inadmissível.” Ele, que é presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) em Goiás e representa o Estado em nível nacional, explica que a medida será tomada em todo País. Além disso, a ideia de Marcelo que é todo o Estado seja beneficiado pela programação, não somente a capital.

“Teremos um horário pela manhã e outro à tarde, com adequação de conteúdo. Uma mais tradicional e outra cidadã, mais transversal, com assuntos para entender o cotidiano, como matemática financeira.” Segundo ele, neste momento, especialmente aos menores, serão trabalhadas atividades de forma conjunta com os pais, como, por exemplo, experimentos de ciência prática com supervisão. “Estamos muito preocupados em ter qualidade no que estamos oferecendo. Preocupados, também, que a família possa desenvolver links afetivos, sem promover mais estresses que o isolamento gera, naturalmente. Queremos facilitar para as famílias.”

Cronograma

Questionado acerca do cronograma das aulas, ele afirma que já existe uma proposta de horário para cada turma e que será o mesmo em todo o País. “Essa proposta foi aprovada pela curadoria da TV que fizemos a parceria, com grades para cada turma”, revela.

Apesar de não pontuar o funcionamento final, ele exemplifica. “Das 8h às 8h30, teremos a educação infantil, com vídeos lincados com a TV Cultura, Futura, etc.” Ele revela, que do primeiro ao nono ano serão programações de meia hora. “Os menores ficarão com a manhã.”

A mudança ocorre no ensino médio, com blocos 40 minutos cada. Ele adianta, ainda, que o segundo e terceiro ano terá uma abordagem um pouco mais técnica, incluindo a parte de empreendedorismo em parceria com o Sebrae. Para aqueles que possuem internet, o conteúdo estará fixo e até ampliado. “Essa é a proposta nacional, que queremos colocar em Goiânia e todos os municípios do Estado. E receberemos contribuições de todos os secretários de Educação.”

Sobre algum tipo de perda, ele afirma que não ocorrerá. Pois além dessas medidas, ainda há prazo e cobertura legal para recuperar o calendário deste ano.

Alimentação

Uma questão preocupante é a alimentação dos alunos. Não por acaso, o Ministério Público de Goiás (MP-GO) recomendou para o prefeito de Petrolina de Goiás, Dalton Vieira dos Santos, e para Amélia Fernandes de Paiva Braga, secretária municipal de Educação que fossem tomadas providências continuar o fornecimento de merenda escolar de qualidade aos alunos da rede municipal de ensino durante a quarentena.

Em Goiânia, o secretário Marcelo explica que foi sancionada a lei federal 13.987 – que altera a Lei nº 11.947, de 16/06/2009 – que autoriza, em caráter excepcional, a distribuição de gêneros alimentícios adquiridos com recursos do Pnae aos pais ou responsáveis dos estudantes das escolas públicas de educação básica. Segundo ele, o momento é de aguardar o Pnae soltar a resolução, pos é necessário o amparo legal para a prestação de contas.

Ainda assim, ele garante que, mesmo antes da lei, a distribuição já estava planejada. “Já temos os cálculos e o estudo nutricional para entregar dentro dos limites do recurso da merenda. Estamos criando formas para atender essas crianças vinculadas a rede municipal”, resumiu.

Vale destacar que a prefeitura publicou, na última segunda-feira (6), um decreto que prorroga a suspensão das aulas na rede pública de educação municipal até dia 30 de abril de 2020. Porém, Marcelo, como já dito acima, prevê que não seja possível retorno neste semestre.