Reviravolta

Investigação da PC conclui que criança encontrada com ferimentos na cabeça em Formosa não foi vítima de maus tratos

Na ocasião, o menor teria relato que o pai havia queimado a sua cabeça com um ferro de passar. Contudo, a investigação concluiu que ele sofreu uma queda e que os ferimentos se agravaram

A criança de 4 anos encontrada com um ferimento na cabeça, que, supostamente, teria sido provocado por maus tratos por parte do pai e da madrasta, na verdade, foi vítima de um acidente doméstico. Essa foi a conclusão do investigação pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), de Formosa, na tarde desta segunda-feira (11).

No último dia 11 de janeiro, após uma denúncia anônima, o menor foi encontrado pela Polícia Militar (PM), junto com o pai e a madrasta dentro de um veículo. Ele estava deitado no banco traseiro e apresentava lesões na cabeça e no rosto. Na ocasião, a criança relatou que o pai teria queimado sua cabeça com um ferro de passar.

Contudo, a investigação concluiu que o menor sofreu uma queda em sua residência, o que teria provocado os ferimentos. A delegacia alerta que “por não terem maturidade suficiente, as crianças podem apresentar um discurso frágil e sugestionado por adultos, especialmente por pessoas que não estão acostumadas a realizar uma escuta especializada”.

Conforme divulgado pela DPCA, a criança está em bom estado e aos cuidados do pai e da madrasta, seguindo a decisão do Juizado da Infância e Juventude.

INVESTIGAÇÃO

Durante 30 dias de investigação, foram colhidos 13 depoimentos, analisados documentos, além de prontuários médicos e fotografias, com a participação do Instituto Médico Legal (IML) e da equipe do Centro de Referência Especializado de Assistência Social.

Por fim, o concluiu-se que a criança não sofreu maus tratos, nem tortura e nem mesmo crime de lesão corporal. O relato da delegacia explica que a criança, após ter sofrido o acidente doméstico, recebeu os cuidados devidos dos familiares, mas infelizmente teve um agravamento dos ferimentos em sua cabeça, os quais infeccionaram

“As feridas melhoravam mas, na medida em que, como a própria criança relata, ‘as casquinhas iam crescendo na pele, ela mesma coçava e as arrancava’, o que colaborou para o agravamento das lesões”, explica o relatório divulgado pela delegacia.

A denúncia de que a criança comia apenas biscoitos também ficou afastada, já que a delegada responsável pela investigação concluiu que o menor convivia com os familiares na zona rural e lá eram servidas todas as refeições.