Investigação de racismo contra menino em Caldas já ouviu oito pessoas
A Polícia Civil de Goiás já ouviu oito pessoas no âmbito da investigação de um…
A Polícia Civil de Goiás já ouviu oito pessoas no âmbito da investigação de um caso de racismo que teria ocorrido durante um torneio de futebol infantil, em Caldas Novas. Conforme o delegado responsável pelo caso, Rodrigo Pereira, além da criança e seus pais, foram ouvidos os pais de outros atletas que participaram do evento. O técnico investigado nega a acusação de que teria dito “Fecha o preto!” ao seu time, em referência a um jogador negro.
O caso teria ocorrido no último dia 16 de dezembro, em Caldas Novas. Um vídeo em que Luiz Eduardo Bertoldo Santiago, de 11 anos, aparece chorando e relatando o caso, viralizou na internet. “Ele falava assim ‘Fecha o preto, fecha o preto aí ó!’. Aí eu guardei pra falar no final, pros pais. Ele falou um tantão de vez”, diz o menino, entre soluços.
O caso ganhou repercussão e o técnico, Lázaro Caiana, chegou a ser afastado de suas funções pelo time. Lázaro falou sobre o ocorrido em um vídeo em que aparece ao lado da esposa e dos filhos. Ele nega as acusações e disse que o relatado jamais aconteceu. “Ninguém da comissão técnica ou atletas nossos falou nada com nenhum atleta da equipe adversária ou comissão técnica. E nada foi relatada em súmula pelos árbitros e pelo coordenador”, argumenta.
De acordo o delegado Rodrigo Pereira, o técnico ainda não foi ouvido oficialmente, o que deve ocorrer somente na reta final da investigação. No entanto, no dia do ocorrido, quando a Polícia Militar foi acionada, Lázaro também havia negado as acusações.
Pereira revela que os árbitros que atuaram na partida foram identificados e também serão ouvidos, além de outras pessoas que serão convocadas para falar. “Vamos identificar todos os atletas, de ambos os times, e as comissões técnicas, e ouvir todos. Mas isso vai ser por carta precatória, porque um time é maioria de Goiânia e o outro, de Uberlândia (MG)”, completa.
As investigações devem ser concluídas em 30 dias e, conforme o delegado, caso os eventos relatados sejam confirmados, o técnico pode responder por crime de injúria racial.