Investigado em operação que prendeu ex-presidente da Goinfra se apresenta à polícia
Empresário estava em São Paulo quando houve a operação e precisou alugar um carro para voltar a Brasília (DF)
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O empresário Marcus Emmanoel Chaves Vieira, que administra a empresa Prime Construções, se apresentou à Polícia Civil do Distrito Federal (DF), nesta quinta-feira (30). Ele é investigado no âmbito da Operação Obra Simulada, a mesma que prendeu o ex-presidente da Agência Goiana de Infraestrutura e Transportes (Goinfra), Lucas Vissotto, e estava com mandado de prisão em aberto.
A apresentação ocorreu no Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado (Decor). Segundo o advogado Alexandre Lourenço, Marcus não estava foragido. Como o cliente dele estava em viagem em São Paulo e não conseguiu voo, precisou alugar um carro e dirigir até Brasília. Ainda conforme o jurista, o tempo todo houve contato com a Polícia Civil de Goiás e a apresentação no Distrito Federal ocorreu, conforme combinado, por questão logística.
“Chegou de madrugada e se apresentou espontaneamente nesta tarde.” Alexandre também advoga para José Francisco Alves Pereira, que também está fora do Estado, mas já se dirige para Brasília. Conforme o advogado, quando houve a operação, ele estava em uma zona rural, sem sinal de celular. “O delegado já sabe que meu cliente vai se apresentar.”
Questionado sobre as acusações, ele afirma que são inverídicas e serão tratadas no mérito do processo. Ele não pode antecipar detalhes, pois ainda analisa o que está sendo juntado. Neste momento, já foi protocolado um habeas corpus para os dois investigados. A defesa ainda aguarda a análise.
Operação
A operação investiga o suposto desvio de R$ 10 milhões em um contrato de manutenção de 26 prédios públicos do Estado. Pelo que já foi apurado, vários crimes teriam sido praticados na formalização e execução de um contrato administrativo celebrado entre a Goinfra e a empresa privada sediada no Distrito Federal, nos anos de 2023 e 2024, com o valor final contratado de quase R$ 28 milhões.
Estima-se que os prejuízos iniciais ao erário, causados por supostos pagamentos indevidos, tenham sido de mais de R$ 10 milhões, estando excluído deste valor o dispêndio que o Estado ainda terá para reconstruir as estruturas que foram demolidas, mas não reerguidas pela empresa contratada.
Governo de Goiás
Em nota, o Governo de Goiás disse que as suspeitas de irregularidades foram levantadas pela própria gestão, por meio de seus sistemas internos de controle, e devidamente comunicadas às autoridades policiais para as providências necessárias.
“A gestão estadual tem como premissa tolerância zero com qualquer eventual desvio de conduta no trato do dinheiro público. O Governo de Goiás colaborou e seguirá colaborando ativamente com as investigações, de forma que os fatos sejam devidamente apurados e, uma vez comprovadas as irregularidades, todos os envolvidos sejam punidos com rigor”, diz o texto.
Confira o nome dos 15 alvos da Operação Obra Simulada:
- José Francisco Alves Pereira
- Marcus Emmanoel Chaves Vieira
- Luiz Romildo de Mello
- Francisco Roni da Rosa
- Cíntia Marta Ataídes Vieira
- Rosana Crisóstomo Ribeiro
- Weslley Crisóstomo Nogueira da Silva
- Marcus Emmanoel Chaves Vieira Júnior
- Francisco Roni da Rosa Júnior
COM LIGAÇÃO COM GOINFRA:
- Lucas Alberto Vissoto Júniro
- Adriano Mendes Ribeiro
- Thiago Carim Bucker
- Gabriel Tertuliano
- Vitor Angrisani Berquó Ramalhão
- Thayana Torres Avelar Nasser da Veiga
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