Ipasgo faz cortes para equilibrar contas
Na última sexta-feira, mais de 100 funcionários terceirizados e comissionados foram demitidos. Dívida da instituição é de R$ 272 milhões
Com uma dívida de mais de R$ 272milhões e um déficit mensal nas contas de R$ 10,5 milhões, o Instituto de Assistência dos Servidores Públicos do Estado de Goiás (Ipasgo) passa hoje por um momento de crise e a prioridade agora é resgatar a sua sustentabilidade financeira. A afirmação é do novo presidente do instituto, Sílvio Fernandes, que assumiu o cargo no último dia 10 .
“Nosso intuito é buscar entender de onde veio esse desequilíbrio e tentar trazer de novo o Ipasgo para uma situação de sustentabilidade”, disse em entrevista exclusiva ao Mais Goiás.
A primeira medida tomada pelo novo presidente foi a revisão de contratos e a análise contábil-financeira deles. As revisões apontaram, segundo Fernandes, um aumento de 40 a 50% de contratações terceirizadas entre os meses de fevereiro a dezembro do ano passado. Essa constatação motivou a segunda ação da gestão: os cortes.
Na última sexta-feira (18), mais de 100 funcionários terceirizados e comissionados foram demitidos no Ipasgo. Os que foram mandados embora alegam que foram desrespeitados, já que não foram avisados da demissão e só descobriram quando foram impedidos de entrar na instituição na segunda-feira (21). “Foi uma situação muito constrangedora, foi muito falta de consideração com a gente. Tinha muito trabalhador, gente boa de serviço, pai de família”, diz uma das profissionais demitidas, que preferiu não se identificar.
Fernandes explica que a redução no número de servidores não vai impactar no atendimento aos usuários do Ipasgo e que os cortes devem continuar porque também fazem parte de uma determinação do governador Ronaldo Caiado (DEM), que exigiu a redução de 20% a 25% de gasto com o pessoal na instituição. Ele também ressalta que está sendo analisada a readequação de recursos e de gastos gerais, como o de tirar cópias. “A gente entende que é possível fazer uma economia de gastos em torno de R$ 50 mil a 60 mil por mês [apenas na parte de cópias]”.
Dívida com o prestador
Em relação à dívida de pelo menos quatro meses com os médicos, odontólogos e demais profissionais que prestam serviço ao instituto, Fernandes garantiu que “terá uma notícia firme” sobre as datas de pagamento ainda nesta semana. “Nós estamos fazendo um levantamento correto, porque não depende apenas de ter o dinheiro em caixa para fazer o pagamento de outubro, por exemplo. Eu tenho que entender como eu vou pagar o novembro, dezembro e assim sucessivamente”, argumenta.
Hospital do servidor
Fernandes afirmou que “não fechou o Hospital do Servidor porque ele já está fechado”. Ele lembra que a obra não foi concluída na gestão anterior e que o local não tem condições de prestar atendimento ao público. “Quando eu tiver com todos os dados, aquilo que é necessário para terminar a obra, aquilo que é necessário para operacionalizar o hospital, nós vamos tomar uma decisão conjunta entre servidores e governo, porque eu não posso ser irresponsável de tomar uma decisão que, num curto espaço de tempo, ela resolve alguns interesses, mas depois ela pode ser um prejuízo enorme para o instituto”, ponderou.
Confira a entrevista completa:
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