Alívio

IPCA registra menor alta em janeiro desde 1994, mas inflação acumulada ainda preocupa

Embora a inflação tenha desacelerado, previsões para 2025 indicam que os preços podem ultrapassar o teto da meta estabelecida pelo governo

A imagem mostra uma cena ilustrativa de uma pessoa conferindo preços
Queda de 14,21% nos preços da energia elétrica ajudou a desacelerar a inflação no início de 2025 (Foto: Freepik)

A inflação, que tem afetado o orçamento dos brasileiros, registrou uma queda significativa em janeiro de 2025, com uma taxa de 0,16%, a menor para o mês desde 1994, conforme dados Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). A principal responsável por essa desaceleração foi a queda nos preços da energia elétrica, impulsionada pelo bônus da Usina Hidrelétrica de Itaipu. No entanto, as projeções para 2025 indicam que o país continuará enfrentando desafios inflacionários, especialmente devido à alta nos preços dos alimentos e transportes, que seguirão pressionando os índices, de acordo com estimativas do Ministério da Fazenda e analistas financeiros.

Em 2024, o país registrou uma inflação de 4,83%, ultrapassando a meta estabelecida pelo governo. Em Goiânia, capital registrou uma inflação de 5,56% no acumulado, ficando em terceiro lugar entre as cidades com índices acima da média nacional. As previsões para 2025 indicam que a inflação pode novamente superar o teto da meta, fixado em 4,5%. O IPCA também desacelerou no início deste ano, principalmente devido à queda de 14,21% nos preços da energia elétrica, o que contribuiu para uma redução de 0,55 ponto percentual no índice.

A inflação acumulada nos últimos 12 meses ficou em 4,56%, um pouco acima do limite superior da meta para 2025. Embora haja uma expectativa de que os preços dos alimentos se estabilizem, itens como carne, leite e café continuarão a pressionar o orçamento das famílias. O aumento no preço do leite, por exemplo, é resultado de eventos climáticos extremos e do El Niño, que afetaram a qualidade das pastagens.

Por outro lado, o Ministério da Fazenda acredita que, sem a influência de fenômenos climáticos como El Niño e La Niña, que agravam as condições climáticas, a produção agropecuária deste ano será maior, o que pode ajudar a aliviar a pressão sobre os preços no segundo semestre.

Entenda a inflação no Brasil e as previsões para 2025

O IPCA é o principal indicador da inflação no Brasil, ele mede a variação mensal dos preços da cesta básica, bens e serviços e os compara com o mês anterior. Esse índice indica o poder de compra da população e é utilizado pelo governo para monitorar a inflação.

De acordo com o mais recente relatório Focus, analistas financeiros aumentaram pela 17ª semana consecutiva a previsão para o IPCA de 2025, passando de 5,51% para 5,58%. O Ministério da Fazenda também revisou suas estimativas, ajustando sua previsão oficial de 3,6% para 4,8%. No entanto, a pasta acredita que a inflação dos alimentos deverá diminuir ao longo do ano.

Apesar da queda nos preços da energia elétrica, o aumento nos preços dos alimentos e do transporte tem pressionado alta da inflação. O custo do transporte aumento em 1,3%, com destaque para a alta de 10,42% nas passagens aéreas. Os alimentos registraram um aumento de 0,96%, com atenção especial ao café e ao tomate.

Embora a desaceleração em janeiro, as projeções para 2025 indicam que a inflação poderá ultrapassar novamente o teto da meta estabelecida pelo governo federal, impulsionada pelos aumentos nos preços dos alimentos e dos transportes, conforme apontam o Banco Central e o Ministério da Fazenda.