Irmãos que mandaram bomba para matar advogado vão a júri popular
Juiz entendeu que eles tentaram matar e que crime teve três agravantes; data do júri ainda não foi marcada
O Juiz Jesseir Coelho de Alcântara mandou a júri popular dois irmãos. Eles são acusados de tentativa de homicídio; o crime foi qualificado pelo motivo torpe, uso de explosivo e dissimulação. Os acusados encaminharam uma bomba a um escritório de advocacia de Goiânia após um deles perder uma ação judicial que o advogado trabalhava. O crime aconteceu em 2016 e o jurista teve três dedos da mão decepados com a explosão da recepção do escritório, localizado em uma região nobre.
Em substituição na 2ª Vara Criminal de Crimes Dolosos Contra a Vida e Tribunal de Júri de Goiânia, o magistrado determinou que os policiais federais aposentados Ovídio Rodrigues Chaveiro e Valdinho Rodrigues Chaveiro devem ser julgados pelo homicídio, na modalidade tentada.
O crime foi praticado porque o advogado defendia uma causa em que a filha de um dos acusados disputava a tutela de uma criança; a justiça entendeu que e o cliente do advogado Walmir Cunha deveria ficar com a guarda.
RELEMBRE
O atentado aconteceu no fim da tarde do dia 15 de julho de 2016. Um moto taxista chegou ao escritório de advocacia, bateu a campainha e falou que tinha uma encomenda para o “Doutor” Walmir.
A secretária do escritório recebeu o embrulho e avisou ao advogado, que foi até a recepção e pegou a caixa. Segundo relato dela para PMs, fazia o barulho semelhante ao de um ponteiro de relógio em funcionamento. Assim que Walmir abriu a caixa ela explodiu, destruindo parte da recepção e ferindo a mão esquerda, o pé e o peito do advogado.
Walmir Cunha, que tinha 37 anos à época, perdeu três dedos da mão direita e ficou com outras escoriações pelo corpo.
Investigações da Polícia Civil descartaram a possibilidade de participação do motoboy que entregou a encomenda, já que ele não tinha conhecimento do que transportava.
Em setembro de 2017, a Polícia Civil divulgou imagens do homem responsável por enviar a encomenda, um senhor de cerca de 60 anos. As investigações também concluíram que o artefato enviado ao advogado não poderia ter sido fabricado por qualquer pessoa. Por isso, o delegado responsável pelo caso acreditava que ao menos um policial tivesse participado do atentado.