Irregularidade em listas atrasa vacinação de quilombolas em Niquelândia
Saúde Municipal alegou suspeita de irregularidade nas listas enviadas pelas associações das comunidades
Comunidades quilombolas de Niquelândia, a cerca de 305 km de Goiânia, ainda não foram vacinados contra Covid-19, mesmo com as doses estando disponíveis a mais de um mês. O motivo é uma possível irregularidade na lista de pessoas encaminhadas pelas associações das comunidades detectada pela Secretaria Municipal de Saúde (SMS) da cidade.
De acordo com a informação do G1, a pasta comunicou 3.096 doses de vacinas chegaram para a imunização da população. Entretanto, uma das comunidades teria enviado uma lista com 3 mil pessoas. Ainda de acordo com a SMS, foram encontradas pessoas que não possuíam qualquer ligação com os quilombolas. Diante disso, a SMS acionou o Ministério Público de Goiás (MP-GO) e o Ministério Público Federal (MPF) para que a situação fosse investigada.
Por meio de nota, o MPF comunicou que fez uma reunião com os representantes das quatro associações quilombolas. O objetivo foi deixar claro que a reserva de vacinas é para os quilombolas que comprovem vínculos desde antes da pandemia.
O órgão comunicou também que, na reunião, ficou decidido que as associações irão enviar a lista de associados de antes da pandemia tanto ao MPF quanto à SMS. O órgão também encaminhou um ofício ao poder público municipal solicitando as providências tomadas quanto à vacinação das comunidades quilombolas da região.
O Mais Goiás entrou em contato com a secretária de Saúde do Município, Maria Aparecida Gomes Machado. Por telefone, ela confirmou que recebeu o ofício do MPF e que a vacinação nas comunidades terá início nesta terça-feira (20).