Atendimento espiritual

Na cadeia, João de Deus afirma que ainda faz milagres

O médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, estaria realizando “milagres” no…

O médium João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, estaria realizando “milagres” no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia, local em que está preso desde dezembro de 2018. Segundo informações da Revista Veja, um dos detentos precisou ser amarrado, no último dia 4/11, pois estaria “possuído”, João de Deus teria então feito uma oração e acalmado o homem.

De acordo com os advogados do médium, Marcos Maciel Lara e Anderson Van Gualberto, havia a preocupação de que o caso fosse uma emboscada para atrair João de Deus e matá-lo, tendo em vista que a unidade prisional é ocupada por detentos de alta periculosidade. Questionado sobre o episódio, o médium teria afirmado: “Deus me deu autoridade para expulsar aquele espírito maligno. Quando Deus me inspira, eu sinto minha boca ficar como mel”.

Ainda de acordo com a reportagem, João de Deus continuaria prestando serviços espirituais a figuras importantes dos três poderes, que, diante das circunstâncias, passaram a optar pelo atendimento às escondidas. Outra informação revelada foi que, há dois meses, João de Deus teria enviado ao ministro aposentado Carlos Ayres Britto, ex-­presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), garrafas de água mineral benzida. Ayres Britto confirmou à Veja ter recebido a encomenda, mas alegou que não se lembrava se esta foi feita antes ou depois da prisão de João de Deus.

A reportagem conta também que a revista teve acesso às cópias das primeiras nove denúncias do Ministério Público de Goiás contra João Deus, por assédio sexual. Segundo as vítimas, João de Deus dizia ter sido marido delas em outras vidas como pretexto para assediá-las. Além disso, há relatos de que estas mulheres sofriam uma espécie de congelamento diante da situação e, portanto, não conseguiam reagir.

Defesa

A defesa de João de Deus alega que o cliente sofre de sérios problemas de saúde, como hipertensão arterial, insuficiência coronária e cardiopatia, sendo impotente desde 2015. Além disso, reiteram que o médium poderia morrer na prisão por falta de tratamento adequado, e pediram sua transferência para um hospital, o qual foi rejeitado. Além dos crimes de violação sexual aos quais responde, João de Deus foi condenado, no último dia 7/11, em primeira instância, a quatro anos de prisão por porte ilegal de armas.

*Leicilane Tomazini é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Hugo Oliveira
**Com informações da Revista Veja