João de Deus é condenado a quatro anos em regime aberto
A condenação é pelos crimes de porte ilegal de arma de fogo e de uso restrito. Apesar do regime aberto, médium segue preso devido ao vigor de outros mandados de prisão
João Teixeira de Farias, mais conhecido como João de Deus, foi condenado a quatro anos em regime aberto na tarde desta quinta-feira (7). A condenação é pelos crimes de posse ilegal de arma de fogo de uso permitido e de uso restrito. A decisão foi dada pela juíza Rosângela Rodrigues, de Abadiânia, onde o médium fazia os atendimentos espirituais.
A esposa de João de Deus, Ana Keyla Teixeira, também era ré no processo, mas foi absolvida. Por meio de nota, o advogado do médium, Anderson Van Gualberto de Mendonça, alegou que foram constatadas duas penas: um ano de detenção pelo crime de posse de arma de fogo de uso permito e três anos pelo posse de uso restrito.
“A defesa irá recorrer da sentença, especialmente porque foi imposto o regime aberto para o cumprimento da pena, e mesmo assim, a juíza manteve a prisão de João de Deus, em um nítido contrassenso, aplicou regime mais brando (aberto) e impôs a prisão em regime fechado ao meu cliente”, finaliza o texto.
Essa é a primeira vez que o médium é condenado. Ele está preso desde o dia 18 de dezembro de 2018 no Núcleo de Custódia de Aparecida de Goiânia. João de Deus é acusado de crimes sexuais durante atendimentos na Casa Dom Inácio de Loiola. Entretanto, ele sempre negou os crimes. Apesar do pedido de regime aberto, João de Deus segue preso devido ao vigor de outros mandados de prisão.
Em abril, Ana Keyla negou conhecimento das armas de fogo dentro de casa e justificou com a presença da filha pequena na residência. Ela ainda afirmou que só teve conhecimento das pistolas no dia do depoimento. A esposa do médium também reiterou que eles não moravam mais na casa onde as armas foram encontradas, em Abadiânia. E que já estavam vivendo em Anápolis.
Em julho, João de Deus foi ouvido pela Justiça. Ele negou os crimes sexuais pelos quais é acusado, mas admitiu o posse de armas. Porém, ele alegou que não sabia que guardá-las era considerado crime. Ainda de acordo com o médium, a armas foram tiradas de fiéis que pensavam em cometer suicídio.
Recentemente, João de Deus foi denunciado pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) por crimes sexuais. Foi a décima denúncia. Desta vez, cinco mulheres são consideradas vítimas de estupro de vulnerável e outras dez serviram de testemunhas. Os crimes foram cometidos entre 2015 e 2016. A força-tarefa do MP destaca que já foram colhidos mais de 133 depoimentos e que ainda constam mais de 200 relatos para serem analisados. O órgão também afirma que, até hoje, há demanda de denúncias de mulheres que se dizem vítimas de João de Deus.