Transferência

João de Deus vai usar tornozeleira eletrônica ou ser escoltado durante tratamento hospitalar

O médium corre risco de "morte súbita" devido a um aneurisma na aorta abdominal, segundo cardiologista que o avaliou

João Teixeira de Farias, mais conhecido como João de Deus, aguarda para ser transferido para o Instituto de Neurologia de Goiânia após ser diagnosticado com uma aneurisma no abdômen. Enquanto estiver hospitalizado, ele será acompanhado por escolta policial ou deve tornozeleira eletrônica, de acordo com a decisão do ministro do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), Nefi Cordeiro.

O documento foi assinado na tarde desta quinta-feira (22) e destaca que “não se faz agora a valoração como certa da incapacidade de tratamento regular pelo Estado, mas se admite a existência de prova indicadora de graves riscos atuais”.

A avaliação que constatou o aneurisma foi feita a pedido da defesa do médium pelo cardiologista Alberto Las Casas Júnior, há exatamente um mês, dentro do Núcleo de Custódia. Segundo o médico, João de Deus ficará em um quarto separado dentro do hospital e passará por uma avaliação completa do estado de saúde. “Aguardamos a chegada do paciente para ser submetido a uma bateria de exames para saber se há mais alguma inconformidade na saúde dele”, conta.

Responsável pelo transferência de João de Deus, a Diretoria-Geral de Administração Penitenciária (DGAP) informou que “até o fim da manhã desta sexta-feira (22) não foi notificada da decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e que, assim que essa notificação ocorrer, vai ser dado cumprimento à determinação judicial.”

Aneurisma

O cardiologista explica que o líder religioso foi diagnosticado por um aneurisma na aorta abdominal. O resultado foi possível quando ele foi submetido a exames, depois de deixar a penitenciária ao se sentir mal, no dia 2 de janeiro. O cardiologia também fez uma nova avaliação no médium, em 22 de fevereiro.

De acordo com o médico, o aneurisma pode causar “morte súbita” se a aorta se romper e houver hemorragia. Apesar disso, a necessidade de cirurgia será avaliada pelo corpo clínico. Na avaliação médica também foi constatada pressão alta (18 por 10) e indícios de trombose.

A decisão para mantê-lo isolado, segundo o médico, não é pelo quadro clínico, mas por precaução devido aos crimes pelos quais é acusado. “É importante para o hospital realizar a preservação do paciente. Por isso, decidimos um deixá-lo em um quarto isolado”, destaca Alberto.