Sangue Frio

Jovem de 23 anos é morto a tiros em festa dentro de boate, em Goiânia

Organizador de festa em que jovem foi assassinado relata a frieza do suspeito e os momentos de pânico

Era para ser um momento de diversão, mas uma festa promovida na boate Play Musice Hall, no Jardim Atlântico, em Goiânia, acabou se tornando palco de uma tragédia na madrugada deste domingo (12/6). O assassinato de Raycá Fernandes Albino não causou comoção somente pela pouca idade da vítima, que tinha apenas 23 anos, mas também por ter sido cometido friamente na presença de centenas de pessoas.

Ninguém sabe ainda exatamente o que motivou o crime. Mas a polícia tem um nome: Gustavo Mendes. Teria sido ele o autor dos disparos que atingiram o rosto e o braço de Raycá.

Um personal trainer que ajudou a organizar o evento onde o assassinato ocorreu conta que o crime aconteceu por volta das 2h30 da madrugada, sem que qualquer pessoa imaginasse o que estava por vir. “Um garçon que estava do lado deles, no camarote, disse que o rapaz agiu friamente. Não teve discussão nem nada. Ele chegou, deu dois tiros à queima-roupa e saiu”, relata.

Além do garçon, diversos outros presentes confirmaram ao personal trainer a autoria do homicídio. O suposto assassino, Gustavo, estava no local a convite de uma dos 20 aniversariantes que estavam presentes. Segundo relatos, ele havia chegado horas antes e estava curtindo a festa normalmente, até que, de repente, resolveu tomar a medida drástica.

O crime pegou os presentes de surpresa e os tiros foram efetuados no exato momento em que um DJ começaria a tocar. Algumas pessoas inclusive pensaram que os estampidos se tratavam de algum efeito sonoro, e as pessoas que estavam no piso de baixo sequer perceberam o que tinha acontecido até que alguém gritou “é tiro!”, provocando correria na casa. Enquanto a maioria foi em direção à saída, alguns, no desespero, tentaram se esconder nos banheiros.

“Graças a Deus a Play tem um espaço legal e as pessoas conseguiram sair pela porta sem problemas”, diz o organizador. Foi durante o tumulto que suspeito teria se aproveitado para sair sem ser abordado por seguranças. “Eram mil pessoas correndo. Ele era apenas mais um”, ressalta o personal trainer.

Ele garante que o recinto contava com toda a estrutura de segurança exigida para a realização da festa. “Estamos acostumados a fazer eventos”, ressalta.

Com o suspeito ainda foragido, permanece um mistério o motivo do crime. O personal trainer, porém, diz que era sabido que agressor e vítima foram amigos por algum tempo, mas, por razões desconhecidas, acabaram se devencilhando. As diferenças entre eles chegou ao ponto em que teria começado a haver troca de ameaças. “Talvez o rapaz tenha resolvido não esperar para ver e agiu primeiro”, conjectura ele, que diz estar chocado com toda a situação. “Lá tinha gente de todo tipo, de toda classe. Estava tudo tranquilo e o cara faz uma coisa dessas. Não dá para definir o que ele fez.”

O velório de Raycá aconteceu na tarde deste domingo (12). A Delegacia Estadual de Investigações de Homicídios (DIH), responsável pelas investigações, continua em busca do suspeito.