POLÍCIA

Jovem diz que é nazista, mas que ataque a escola em Goiânia era “brincadeira”

Em depoimento à Polícia Civil de Goiânia, o adolescente de 16 anos que foi apreendido…

Em depoimento à Polícia Civil de Goiânia, o adolescente de 16 anos que foi apreendido por planejar um massacre em uma escola da Capital disse que era “brincadeira” e que não tinha intenção de matar ninguém. No entanto, ele admitiu que confia mais em pessoas brancas e confessou ser ‘racista’ e ‘fã da doutrina nazista’.

O jovem tinha cadernos com suásticas, com um desenho de Hitler e com frases de apologia ao nazismo. No telefone dele havia mensagens em que demonstrava entusiasmo pela eugenia (teoria da purificação de raças, um dos pilares do regime nazista).

Embora o jovem tenha negado que planejava atacar a escola, a titular da Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), Marcella Orçai, lavrou Boletim de Ocorrência Circunstanciado e encaminhou o menor à Delegacia de Polícia de Apuração de Atos Infracionais (Depai). Na DPCA, segue a investigação para que encontrem outros eventuais suspeitos de praticar os crimes de racismo e terrorismo.

A apreensão do adolescente aconteceu na manhã desta quinta-feira (27). Os mandados foram expedidos com base em informações da Homeland Security Investigations, órgão da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, e repassadas ao Ministério da Justiça. Na residência do garoto, a polícia não encontrou armas de fogo. Mas a delegada pondera que ele sabia onde encontraria uma.

 

Caderno de jovem que planejava ataque a escola de Goiânia tinha símbolos nazistas (Foto: Polícia Civil)

Racismo

Outros indícios de prática racista cometida pelo jovem estão no seu histórico de mensagens no telefone. Em uma delas, ele diz a um amigo que sonhava abrir uma escola nazista no município de Cunhataí (Santa Catarina), “em que mais de 90% da população é branca”.

O rapaz também tem uma conta no Twitter, inaugurada em abril de 2021, em que se intitula “jovem branco, rico, bonito e nazifascista”. Ele escreveu que não aceita interagir judeus.

Outro caso

Assim como em Goiânia, na última sexta-feira (21), a Polícia Civil do Distrito Federal teve que lidar com um caso parecido. Um massacre estava previsto para acontecer nos próximos dias em escolas locais. Na casa de um suspeito foram apreendidas armas de fogo e máscaras que seriam usadas nas ações.

O plano do ataque foi descoberto após troca de informações entre equipes da Delegacia Especial de Repressão aos Crimes Cibernéticos do DF, e a Adiância da Polícia de Imigração e Alfândega dos Estados Unidos. O suspeito, que não teve o nome e idade divulgados, confessou a pretensão. No entanto, por medidas de segurança, a corporação não repassou mais informações à imprensa.

O investigado e outros amigos estariam planejando o cometimento de vários crimes violentos na Capital Federal, com preferência por escolas. Tais ações, segundo mensagens interceptadas pela Polícia Civil do DF, poderiam resultar em dezenas de vítimas. As investigações continuam.

Brasil teve 8 ataques em escolas nos últimos 10 anos; relembre.