JUSTIÇA

Jovem ganha na justiça e terá cirurgia nos olhos custeada pela prefeitura de Goiânia

Um jovem conseguiu na justiça o direito de realizar uma cirurgia para tratar de um…

Um jovem conseguiu na justiça o direito de realizar uma cirurgia para tratar de um problema de visão custeada pela prefeitura de Goiânia. Raphael Ferreira dos Santos, de 23 anos, teve uma liminar deferida depois que comprovou que seu problema de saúde estava piorando e que não poderia esperar pelo procedimento no SUS, temporariamente paralisado por causa da pandemia de Covid-19.

A história de Rapahel teve início em 2019, quando ele começou a sentir problemas na visão, que o levaram a fazer uma série de consultas e exames. Ele foi diagnosticado com ceratocone, uma doença de causa desconhecida que provoca uma distorção progressiva da córnea e que tem como consequência a diminuição da visão.

Junto com o diagnóstico, veio o tratamento: uma cirurgia que poderia interromper a sua perda de visão, mas que custa cerca de R$ 8 mil. Sem dinheiro para realizar o procedimento, o jovem foi parar na fila do SUS.

Enquanto não conseguia realizar a cirurgia, a visão dele foi piorando e ele começou a ter fortes dores de cabeça, o que o levou a fazer uma nova consulta. Desta vez, a urgência do caso foi constatada e o médico recomendou o adiantamento da posição dele na espera. Entretanto, a pandemia de Covid-19 suspendeu momentaneamente as cirurgias eletiva pelo SUS.

Raphael então recorreu à Defensoria Pública do Estado (DPE), depois de um conselho de uma amiga da família. O órgão entrou na justiça e obteve uma liminar que garantiu a realização dos procedimentos cirúrgicos na rede privada.

Demora nos procedimentos pelo SUS

A defensora pública Michelle Brita de Sousa afirmou que muitas pessoas procuram a DPE para realizar procedimentos previstos no SUS. O problema, segundo ela, é que o atraso ou não realização desses procedimentos acabam piorando o estado de saúde do paciente.

“A não realização de procedimentos como consultas e cirurgias, por vezes, agrava o quadro de saúde de tais pacientes, gerando dor, impedindo o trabalho e colocando-os em situação indigna. Saber que você está perdendo a visão aos poucos, enquanto aguarda meses ou até anos por uma consulta, não é uma situação fácil”, disse a defensora.

Com a decisão na mão, Raphael falou do alívio em realizar a cirurgia. Ele afirmou ainda que se sentiu apoiado e que ficou preocupado com a demora do atendimento pelo SUS.

“Me senti apoiado o tempo todo nesse processo, pois a fila de espera do SUS, que normalmente é longa, estava ainda pior, pois os procedimentos estavam parados e sem previsão de retorno devido à pandemia. Mesmo assim, foi possível encontrar uma forma de realizar as operações e melhorar a minha visão e, consequentemente, a minha qualidade de vida”, diz ele.