Jovem que fingiu ter câncer para dar golpes arrecadou R$ 20 mil em doações, diz delegado

A jovem Camilla Barbosa, de 27 anos, que fingiu ter câncer para aplicar golpes, arrecadou R$ 20 mil em doações. A informação foi repassada após um levantamento preliminar feito pelo delegado Fernando Gontijo, que investiga o caso. As fraudes aconteciam em Morrinhos, onde a jovem mora e realizava campanhas, almoços beneficentes e rifas divulgadas para arrecadar dinheiro para o suposto tratamento. Camilla foi indiciada por estelionato e vai responder em liberdade.

O delegado informou que, até o momento, sete pessoas procuraram a delegacia para registrar ocorrência contra a jovem. Todas prestarão depoimento.

Camilla gravou vídeos raspando o próprio cabelo e tirou fotos em macas de hospitais simulando tratamento para enganar moradores da cidade nas campanhas. A polícia afirma que os maiores doadores foram ex-namorados e ex-sogras da jovem.

O Hospital Araújo Jorge, em Goiânia, que é referência no tratamento contra câncer em Goiás, foi usado por Camilla para fazer fotos e vídeos, geralmente deitada nas macas da sessão de quimioterapia.

A unidade disse, por meio de nota, que ela nunca foi paciente e que chegou a ser retirada do hospital, em algumas ocasiões, ao ser flagrada sem autorização para estar na ala de tratamento dos pacientes com câncer.

O advogado da jovem, Warley Divino Pires, afirma que Camilla tem diagnóstico de uma forma mais leve de câncer e que ela não recebeu dinheiro. “Ela tem essa doença e faz tratamento. Em análise preliminar das provas, a defesa comprovou que não há indícios de materialidade delitiva”, argumentou.

Jovem nega que fingiu ter câncer

Em depoimento, Camilla disse à polícia que teve câncer há alguns anos e que foi curada. Mas recentemente descobriu que a doença voltou após fazer exames de dengue. Ela alega que a doença já está avançada, com metástases no intestino e pulmão.

Ao delegado, Camilla afirmou que começou tratamento no Hospital Araújo Jorge, onde disse ter feito sete sessões de quimioterapia. Mas que meses depois, a unidade médica perdeu o prontuário dela e o tratamento foi interrompido. O Hospital Araújo Jorge informou à Polícia Civil, em um documento, que Camilla nunca foi paciente da unidade

A Polícia Civil cumpriu mandado de busca e apreensão na casa de Camilla, onde encontrou diversos documentos e exames, que foram apreendidos. No entanto, o delegado afirmou que em nenhum dos documentos foi possível constatar que a jovem tem câncer.