Violência

Jovem que teve 45% do corpo queimado continua internada em estado grave

A jovem Beatriz Carneiro de Araújo, de 20 anos, continua em estado grave. A estudante…

A jovem Beatriz Carneiro de Araújo, de 20 anos, continua em estado grave. A estudante de farmácia ficou gravemente ferida após ser atacada por Fabiana Dias da Silva Almeida, de 38 anos, que ateou fogo na vítima deixando-a com 45% do corpo queimado na manhã da última sexta-feira (16).

Segundo Marcelo Borges, advogado de Beatriz, o último boletim que o Hospital de Queimaduras de Anápolis disponibilizou informou que Beatriz está estável, consciente e com lesão inalatória. O advogado conta que a vítima foi atingida na cabeça, face, pescoço, tórax, abdômen e braços.

“Os médicos alegaram que ela passará mais dez dias de observação. Desse total, 20% das queimaduras são de terceiro grau. Está sendo realizado um intensivo tratamento buscando a evolução de Beatriz para que ela não venha a ter sequelas”, disse o advogado da jovem.

Marcelo relata que nem Beatriz nem qualquer familiar da garota conhecem ou tiveram contato com Fabiana. No dia do crime, a jovem apenas estacionou o carro em frente a casa da suspeita e, posteriormente, a mulher, de posse de uma marreta, quebrou o vidro do lado do motorista, jogou álcool e ateou fogo em Beatriz.

“Não há justificativa para esse crime. Ela simplesmente queria atacar alguém e escolheu Beatriz que estava no local errado e na hora errada. Ela tinha apenas ido comprar pão. Trabalharemos intensamente para essa mulher ficar presa, pois ela não pode ser mantida em sociedade”, conta.

O advogado, que também é amigo da família, conta que a jovem é uma pessoa alegre, feliz e não tinha inimizades. “A família está abalada. Tudo ainda é muito estranho, até mesmo para a própria Beatriz. Ela cursava o sétimo período de enfermagem e iria se formar esse ano. Infelizmente, ela foi a vítima, mas poderia ter sido qualquer pessoa”, ressalta.

Suspeita

Fabiana foi presa em flagrante no mesmo dia do crime. De acordo com o delegado que investiga o caso, Victor Avelino, a mulher não quis declarar nada em seu depoimento. “Ela fez o uso de seu direito constitucional de permanecer em silêncio e, posteriormente, foi recolhida na cadeia da cidade”, explicou.

O advogado ainda lembrou que a mulher já possui histórico violento. Em 2015, ela ameaçou uma vizinha com um revólver calibre 38 pelo fato de a vítima ter varrido a calçada e algumas folhas acabaram indo parar na casa de Fabiana. “Esse processo ainda corre na comarca de São Luis. Lutamos para que ela não seja declarada como uma pessoa com sanidade mental prejudicada, pois uma pessoa que já tentou matar outra e ateou fogo em uma jovem aleatoriamente sabe muito bem que está fazendo”, aponta.

A suspeita passou por audiência de custódia e teve a sua prisão preventiva decretada. No presídio, ela ficará detida até a data do julgamento.

*João Paulo Alexandre é integrante do programa de estágio do convênio entre Ciee e Mais Goiás, sob orientação de Thaís Lobo.