Jovens violentadas pelo padrasto em Acreúna questionavam por que mãe ficava em silêncio
Nesta segunda-feira (20), o casal foi preso suspeito de estupro de vulnerável em Acreúna
As jovens, de 15 e 23 anos, que foram estupradas pelo padrasto disseram à Polícia Civil que sempre questionavam por que a mãe delas permitia o abuso por parte do investigado. Segundo a mulher, ela deixava o crime acontecer para que o homem não matasse ela e as filhas. Nesta segunda-feira (20), o casal foi preso suspeito de estupro de vulnerável em Acreúna.
As informações são do delegado Elexandre Cezar Rossignolo, que revelou, porém, que não há denúncias de ameaça ou de agressão registradas pela mulher contra o homem. O investigador relatou ainda que a mãe das meninas trabalhava fora e não dependia financeiramente do suspeito.
Entenda o caso
Conforme Elexandre Cezar Rossignolo, em setembro de 2022, por meio de uma carta enviada ao Conselho Tutelar e ao Ministério Público (MP), a vítima denunciou que era abusada sexualmente por seu padrasto há mais de dois anos com o consentimento da mãe.
À época, a jovem realizou exame de corpo de delito, o que comprovou o crime junto com depoimento de familiares. “Diante das provas colhidas na investigação, houve a representação pela prisão preventiva pelo delegado de polícia da cidade de Acreúna, que, após deferida pelo Poder Judiciário, foi devidamente cumprida na data de hoje”, disse Elexandre.
Após presa e interrogada, a mãe da adolescente confessou que era conivente com os abusos porque era constantemente ameaçada de morte pelo companheiro.
Com a prisão do casal, a irmã mais velha da adolescente, de 23 anos, declarou que também era estuprada pelo padrasto desde quando tinha 12 anos de idade. Relatou, ainda, que a mãe tinha conhecimento dos abusos, mas era constantemente ameaçada.
Nesta segunda-feira, os suspeitos foram recolhidos na Unidade Prisional de Acreúna e estão à disposição do Poder Judiciário.
Modus operandi
O delegado relatou que as duas jovens eram estupradas cotidianamente pelo padrasto, mas ambas não sabiam que a irmã também era vítima do mesmo crime. A mãe, entretanto, era conivente com toda a situação que acontecia com as filhas.
De acordo com Elexandre, a enteada mais velha trabalhava na oficina do suspeito e ficava no estabelecimento durante o dia. Quando ia tomar café da manhã, o investigado cometia o crime contra a vítima mais nova, de 15. Já os abusos contra a outra jovem aconteciam durante a noite.
Quando o Conselho Tutelar soube da denúncia, a adolescente de 15 anos foi retirada da casa dos suspeitos, mas a outra vítima permaneceu na residência. Mesmo após ser apontado como autor de estupro por uma das irmãs, o homem continuou praticando o crime contra a outra enteada.
Segundo o delegado, as jovens ficaram traumatizadas. Uma delas chegou a tentar tirar a própria vida por não aguentar conviver com a situação.