Judiciário

Juiz manda a júri casal acusado de agredir mulher grávida até abortar feto

O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida…

O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida da comarca de Goiânia, mandou a júri popular, nesta terça-feira (29), Paulo Henrique de Moura Fernandes e Yahne de Sousa Santos. Eles são acusados do crime de aborto, provocado sem o consentimento da vítima. Os acusados deverão aguardar o julgamento em liberdade.

Paulo Henrique é ex-companheiro da vítima, Luísa Alves dos Reis, com quem tem um filho menor de idade. Separados, eles tiveram um breve relacionamento, ocasião em que Luísa engravidou de novo. O problema é que Paulo já estava em outro relacionamento com Yahne. Quando, aos quatro meses de gravidez, Luísa entrou na Justiça com pedido de alimentos gravídicos, Paulo sugeriu aborto contra a vontade dela por temer contar a atual companheira sobre a gravidez da ex.

No dia do crime, às 22 horas, Paulo e Yahne foram até a casa da vítima, no bairro Nossa Senhora de Fátima, para buscar o filho dele. Ao perceber que Paulo estava de moto, com Yahne na garupa, a vítima se recusou a entregar o menino, já que ele seria transportado entre os dois, sem capacete. Em razão disso, eles começaram uma discussão, quando Yahne atingiu Luísa na cabeça com um capacete deixando-a desacordada. Quando ela recobrou a consciência, percebeu que Paulo a segurava para que Yahne a agredisse, o que ele também fez, desferindo-lhe vários socos.

Luísa foi socorrida por vizinhos, mas, na mesma noite, foi encaminhada ao Hospital Materno Infantil, onde, por meio de ultrassonografias, foi constatado que o feto não estava mais com vida. Ela foi encaminhada, então, ao Instituto Médico Legal, onde as agressões foram confirmadas pelo exame de corpo de delito, que concluiu que ela apresentava lesão recente na região da cabeça. Conforme os depoimentos colhidos de testemunhas, Luísa também foi alvo de diversas agressões na região da barriga pelos dois acusados, o que teria causado o aborto. (Via assessoria do TJGO)