MUDANÇA

Júri de PMs acusados de chacina em Cavalcante é transferido para Goiânia

A decisão foi tomada pela juíza substituta em 2º grau Liliana Bittencourt

(Foto: Reprodução)

Em razão de uma decisão da 1ª Comarca Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO), o juri popular dos sete policiais militares acusados de causarem uma chacina em uma propriedade rural na cidade de Cavalcante no ano de 2022 será realizado em Goiânia. Inicialmente, ele aconteceria no mesmo município do crime, mas foi alterado por um pedido da assistência de acusação. Segundo a solicitação, há risco na imparcialidade do corpo de jurados por conta da forte comoção provocada pelo caso.

Aguimar Prado de Morais e Mivaldo José Toledo, o cabo Jean Roberto Carneiro dos Santos e os soldados Luís César Mascarenhas Rodrigues, Ítallo Vinícius Rodrigues de Almeida, Welborney Kristiano Lopes dos Santos e Eustáquio Henrique do Nascimento são acusados de armar uma emboscada para matar Saviano Souza Conceição, de 63 anos, Ozanir Batista da Silva, o Jacaré, de 46, Alan Pereira Soares, de 28, e Antônio Fernandes da Cunha, o Chico Calunga, de 35. Os policiais respondem também por fraude processual. A chacina foi cometida na chácara de Saviano.

A decisão foi tomada pela juíza substituta em 2º grau Liliana Bittencourt e, segundo ela, Cavalcante é uma cidade muito pequena, com menos de 10 mil habitantes, e o judiciário local não possui a estrutura necessária para garantir segurança durante o julgamento.

Decisão se baseia na imparcialidade

Ainda na decisão, a magistrada afirma que a comoção foi tanta que “considerável parcela da população local emitiu juízo de valor e tem uma opinião formada com relação aos fatos, com força o bastante para abalar a credibilidade dos membros que venham a compor o conselho dos sete”.

Em novembro de 2022, a justiça definiu que o júri seria realizado, mas isso não aconteceu. Em agosto do ano passado, os acusados foram soltos após quase um ano e meio presos. O Ministério Público se mostrou favorável pelo pedido de mudança por conta de um comprometimento da imparcialidade dos jurados que estaria comprometido.

Agora, após a decisão, o processo será transferido para uma das varas criminais de Goiânia e a data ainda será definida

Relembre o caso de Cavalcante

Segundo a denúncia, os sete policiais entraram na chácara de Ozanir Batista da Silva, o Jacaré, de 46 anos, e renderam ele e os amigos Saviano Souza Conceição, de 63, Alan Pereira Soares, de 28, e Antônio Fernandes da Cunha, o Chico Calunga, de 35, matando os quatro em seguida na chácara de Saviano, que era ao lado.