Coronel da PM suspeito de usar cargo para fins pessoais tem R$ 100 mil bloqueados
De acordo com a decisão, o coronel é suspeito de utilizar a estrutura do comando para carregar toneladas de insumos para a fazenda dele
O juiz Rodrigo Victor Foureaux Soares bloqueou, na última terça-feira (11), R$ 100 mil em bens do coronel Luiz Antônio Raíza a pedido do Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO). Segundo o órgão, ele é investigado por improbidade administrativa suspeito de ter usado o cargo para fins pessoais.
Segundo o MP, Raíza teria utilizado viaturas e policiais para escoltar mais de três toneladas de insumos para alimentação de gado de São João D’Aliança até Formosa, cerca de 113 quilômetros. Após chegar no município, a carga ainda foi escoltada até a fazenda do coronel.
Ainda segundo o MP, o policial ainda contou com a ajuda de um contraventor, identificado como L. J. C., que chefia bancas de jogo do bicho na região. O órgão também afirma que o policial mantém negócios com o bicheiro. À época, os mandados de busca foram cumpridos na casa e chácara do contraventor Foram apreendidos documentos, computadores e duas armas de fogo. O contraventor foi preso em flagrante por posse ilegal da arma de fogo. Simultaneamente, oito bancas de jogos do bicho foram desarticuladas na região.
O valor total bloqueado pelo juiz “corresponde à multa civil de R$ 30 mil somado ao dano moral coletivo no valor de R$ 50 mil e ao valor a ser ressarcido aos cofres públicos (que não foi quantificado) com posterior procedência do pedido”, de acordo com a decisão.
Na decisão, o MP pontuou que “a conduta do requerido atentou contra os princípios da administração pública, violando os deveres de honestidade, moralidade, legalidade, imparcialidade e lealdade às instituições, violando o artigo 11 da Lei nº 8.429/92.”
O promotor Douglas Chegury afirma que o coronel foi afastado do cargo e que a multa pode aumentar. “[O valor] até porque que a lei de improbidade administrativa tem limites entre mínimo e máximo. E isso pode ser recalculado no salário dele. Vai depender da condenação que o juiz impuser.”
O Mais Goiás não conseguiu contato com o coronel. O espaço permanece aberto para manifestação.
Relembre o caso
O mesmo juiz foi quem autorizou o cumprimento dos mandados de busca e apreensão durante deflagração da Operação Arca de Noé. As investigações foram conduzidas pelo promotor Douglas Chegury e pelo delegado José Antônio Sena. Elas apontam a prática de improbidade administrativa por parte do coronel, que atuava no 11ª Comando Regional da Polícia Militar.