Justiça condena grupo que sequestrava caminhoneiros para roubar veículos em Aparecida (GO)
Os cinco membros foram condenados a 32 e 33 anos de reclusão pelos crimes de sequestro e cárcere privado, organização criminosa e roubo. Um sexto integrante ainda não foi identificado
O Tribunal de Justiça de Goiás condenou cinco integrantes de um grupo criminoso a 33 e 32 anos por sequestrarem caminhoneiros para roubar seus veículos em Aparecida de Goiânia, região metropolitana da capital. Os cinco são oriundos de São Paulo, mas cometiam os crimes em Goiás.
Os delitos aconteceram em abril de 2021, mas a sentença de condenação dos envolvidos foi determinada na quinta-feira (8) pela juíza Placidina Pires, da Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores.
Guilherme Lopes da Silva, Kaique Tavares do Nascimento, Vitor Soares dos Santos e Rafaella Bier Firmino foram condenados a 33 anos de reclusão pelos crimes de sequestro e cárcere privado, organização criminosa e roubo. A quinta integrante, Bruna Carolina Mendes Zandonari, que seria responsável por atrair as vítimas e pela contabilidade da organização, recebeu a pena de 32 anos de prisão.
O crime
Segundo a denúncia, Bruna entrava em contato com os caminhoneiros por meio de um aplicativo de frete ou de mensagens e os contratavam para realizar o serviço em nome de uma suposta empresa localizada em Aparecida de Goiânia. Ao chegarem no local, as vítimas se deparavam com os suspeitos que vestiam uniforme com nome da empresa para se passar por funcionários e ficavam confiantes em aceitar o trabalho.
Rafaella se apresentava como funcionária da empresa e pedia para que os caminhoneiros entrassem em um carro, modelo Nissan/Kicks prata, conduzido por Guilherme. Ela alegava que o carro os levariam para a portaria da empresa onde seria feito o cadastro para prestar o serviço de frete.
Com a vítima já dentro do carro, Rafaella se apossava de uma arma de fogo e anunciava o roubo. Os caminhoneiros eram levados até uma casa, onde ficavam em cativeiro por mais de 24 horas sob a responsabilidade de Kaique e Vitor.
Sexto integrante
Com as vítimas presas, os outros membros do grupo roubavam os caminhões e o levavam até um ponto de encontro onde seriam entregues a um sexto envolvido, ainda não identificado e apelidado de “véio”, que os levava para o Mato Grosso e, depois, para o Paraguai.
A investigação apurou ainda que Bruna também era responsável por manter contato com o “Véio”, reservar hotéis, cuidar da alimentação e distribuição do dinheiro entre os integrantes da organização criminosa. Além disso, registrava as despesas e lucros dos crimes. Após 24 horas, as vítimas eram liberadas em terrenos baldios.
O crime foi descoberto após duas das oito vítimas registrarem um boletim de ocorrência. No momento da prisão, uma das vítimas foi encontrada presa em uma casa sem móveis, apenas com um colchão inflável. Durante buscas no quarto do hotel onde estavam hospedados, a polícia localizou a arma e anotações de contabilidade do esquema.
Além da condenação, os réus terão que ressarcir todas as vítimas, uma vez que os caminhões não foram localizados.
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