Justiça concede liberdade provisória a suspeito de agredir ex-namorada em Goiânia
Judiciário também negou o pedido o segredo de justiça do acusado
O juiz Carlos Luiz Damacena decidiu por conceder a liberdade provisória de T.M.O., porém, o acusado deve cumprir algumas exigências. O promoter foi preso em Goiânia suspeito de agredir a ex-namorada. O caso foi registrado no domingo (15), assim como audiência de custódia.
“Entendo que é perfeitamente possível substituir a prisão legalmente cabível, por medidas cautelares diversas da prisão, bem como a manutenção das medidas protetivas de urgência”, afirmou o juiz na decisão.
Conforme a determinação, “as medidas cautelares deverão ser aplicadas observando-se a adequação da medida à gravidade do crime, circunstâncias do fato e condições pessoais do indiciado”. No caso de descumprimento, o suspeito pode voltar a ser preso preventivamente.
Entre as medidas impostas, T.M.O. não deve se ausentar da Região Metropolitana de Goiânia sem a prévia comunicação à Justiça; sempre que intimado deve comparecer à polícia; além de se manter afastado a, pelo menos, 200 metros da ex-namorada; bem como pagar fiança no valor de R$ 800; e se submeter ao uso da tornozeleira eletrônica.
Já nesta segunda-feira (16), o juiz Vitor Umbelino Soares Junior, negou o pedido de segredo de justiça realizado pela defesa de T.M.O. “Do exposto, indefiro o pedido de decretação de segredo de justiça no bojo dos presentes autos”, destacou o magistrado em decisão.
Relembre o caso
Um homem foi preso em Goiânia suspeito de agredir a ex-namorada, A.H.P., que divulgou o ataque pelo Instagram. Ainda pela rede social, ela explicou que, após a agressão, passou no Instituto Médico Legal (IML) e na delegacia.
À polícia, a suposta vítima diz que terminou o relacionamento com o promoter T.M.O. no fim de fevereiro e que ele possuía histórico de violência doméstica. Além disso, informou que tem medidas protetivas contra ele. De acordo com A.H.P., na noite de sábado (14), ele a abordou quando ela estava nas proximidades do Centro Cultural Oscar Niemayer, na capital. Na ocasião, o acusado disse que queria conversar e pediu que ela entrasse no carro dele. Quando a suposta vítima recusou, ele “começou a coagir a declarante”, falando inclusive que iria à escola do filho dela.
Ele, então, a convenceu a entrar no carro, dizendo que apenas a levaria onde o veículo dela estava estacionado. “Porém, durante o trajeto T.M.O. continuou insistindo em conversar e propôs que fossem a um hotel. A declarante mais uma vez, sob coação, foi com ele até o referido hotel”, disse à polícia. O acusado, segundo ela, a deixou no carro de portas trancadas e desceu, enquanto ele reservava um quarto. Lá ele a teria convencido de ter relações sexuais. Quando ele dormiu, A.H.P. tentou fugir, mas o homem acordou e foi atrás dela.
Mais uma vez no veículo, ele a levou até uma via do setor Marista. Quando ela desceu do automóvel, ele foi atrás e a puxou. No chão, “arrastada”, ela pediu socorro, quando um Uber parou para ajudá-la. Dentro do carro, ele ainda abriu a porta e deu um tapa nela, conforme relatou à polícia e expôs em vídeo nas redes sociais. Ele chegou a seguir o Uber, mas uma viatura da Polícia Militar (PM) parou os carros e prendeu o promoter.
Já na versão do acusado, ele informou que namorou A.H.P. por 1 ano e cinco meses e que promovia um evento no Oscar Niemeyer, e que recebeu uma mensagem de A.H.P., que ela estaria no local, mas que pediu para ele não se aproximar dela. Ele, inclusive, disse que estava acompanhado no evento.
Segundo ele, encontrou com A.H.P. no fim da festa e ao oferecer carona até onde o carro dela estava, aceitou. Além disso, a denunciante teria chamado ele para tomar duas cervejas e que eles passaram por dois bares no caminho, tendo parado no segundo, onde encontraram conhecidos e beberam.
Depois disso, já na madrugada de domingo (15), eles teriam deixado o bar, mas, segundo expôs, ela pediu para ir em outro local, pois não queria ir para casa. À polícia, o acusado afirmou que ela pediu para ir a um hotel, onde se “beijaram e trocaram carícias”. Além disso, T.M.O. afirmou que eles deixaram o local, pois a mãe de A.H.P. ligou. Ela teria dito para ele continuar hospedado, pois voltaria no outro dia.
O promoter relatou que a levaria para casa, mas durante o trajeto, ela perguntou se ele tinha ficado com a acompanhante que estava na festa e o autuado disse que sim. Foi quando A.H.P., segundo o ele, pediu para descer do carro e abriu a porta em movimento. Ele parou e ela começou a pedir socorro já na rua. O homem, todavia, declarou que em nenhum momento puxou. Sobre seguir o Uber, disse que o fez para ter certeza que era de fato um veículo por aplicativo. Ele também negou ter coagido ou ofendido a suposta vítima.