TRANSPORTE COLETIVO

Justiça declara greve no transporte coletivo de Goiânia ilegal

A motivação da paralisação é a busca por imunização e segurança dos motoristas durante a pandemia de Covid-19

(Foto: Jucimar de Sousa/Mais Goiás)

Decisão do desembargador do Trabalho, Geraldo Rodrigues do Nascimento, declarou a paralisação do transporte coletivo de Goiânia, realizada nesta sexta-feira (9), ilegal. O magistrado considera que a demanda por vacinas do trabalhadores do setor “não é suscetível de negociação coletiva” já que “inexiste possibilidade de que o empregador atenda ao pleito da categoria”.

“Ressalto não ser o caso de determinar quantitativos mínimos de trabalhadores em atividade para atender às necessidades inadiáveis da população, considerando a motivação política da greve, que não encontra respaldo no ordenamento jurídico”, considera o desembargador.

O magistrado considerou ainda, na decisão, que se trata de uma manifestação “potencialmente grave” o dano que pode causar à coletividade, principalmente no atual momento de grave crise econômica causada pela pandemia decorrente da Covid-19.

Vacinas

Os motoristas de ônibus, principalmente do Eixo Anhanguera, paralisaram às atividades na manhã desta sexta para reivindicar vacinação prioritária. Relatos de usuários apontam que o sistema ficou prejudicado, com ônibus lotados.

De acordo com o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo Urbano de Goiânia (SindColetivo), Sérgio Reis, a motivação da paralisação é a busca por imunização e segurança dos motoristas durante a pandemia de Covid-19. Segundo ele, 26 trabalhadores já morreram por causa da doença e outros 16 estão intubados. Além disso, pelo menos 300 foram contaminados.

“Somos cerca de 3,5 mil motoristas. Nosso índice de óbitos está acima de 8%, enquanto a população em geral está em torno de 2%. O secretário estadual de Saúde se comprometeu a vir conversar com a gente. Quando conversarmos com ele podemos voltar às atividades”, diz.