Homicídio

Justiça decreta prisão preventiva contra PMs suspeitos de matar comerciante, em Trindade (GO)

A vítima teria sido morta durante uma operação policial no dia 10 de dezembro de 2021, em Trindade

Wilker foi morto durante uma ação policial em dezembro de 2021, em Trindade. Foto: Reprodução - Arquivo Pessoal

A justiça determinou a prisão preventiva de cinco policiais militares supostamente envolvidos no homicídio do comerciante Wilker Darckian Camargo, de 35 anos. A vítima teria sido morta durante uma operação policial no dia 10 de dezembro de 2021, em Trindade, região metropolitana de Goiânia.

Os mandados de prisão foram expedidos para: 2º tenente Alexsander de Carvalho Gonçalves, 1º sargento Wellington Alves de Oliveira, cabo Elias Cunha Carvalho, soldado José Venício Mendes da Silva e o cabo José Wilson Louça Rodrigues de Menezes. Os suspeitos foram detidos e encaminhados para o Presídio Militar de Goiânia.

PMs presos

A juíza responsável pelo caso, Vívian Martins Melo Dutra, atendeu ao pedido do Ministério Público de Goiás (MP-GO) e decretou a prisão dos suspeitos. Para a magistrada, a prisão é necessária para garantir a ordem pública e a aplicação da lei penal.

“Impõe-se, então, o acolhimento da representação formulada, eis que a garantia da ordem pública e a assecuração da aplicação da lei penal, de fato, somente parecem ser possíveis com a segregação dos denunciados”, ressaltou a juíza, na decisão.

Entenda o caso

De acordo com o boletim de ocorrência (B.O), os policiais viram Wilker sair de um açougue com uma sacola com drogas e entrando no carro dele. Quando ele percebeu que estava sendo seguido pelos PMs, começou a fugir. Ainda de acordo com o B.O, o suspeito começou a atirar contra a equipe, bateu o carro e entrou a pé na casa de um vizinho.

Uma testemunha que estava no local gravou uma parte da ação. Nas imagens é possível ver Wilker tentando fugir da casa do vizinho e sendo segurado e arrastado para dentro da casa pelos policiais. Em seguida, ouve-se um barulho de tiro.

Suspeita de perseguição

O pai da vítima, Moacir Divino Camargo da Silva, trabalhou 16 anos como policial militar e afirma que o filho foi executado pelos policiais. “Meu filho foi executado e está visível. Ele podia ser o pior bandido que fosse, mas não podia ser executado. Não tem lei que permite isso. Foi executado pelos meus próprios colegas de farda. Isso não vai ficar desse jeito”, disse o pai ao G1.

Moacir também afirmou que o filho foi agredido por policiais, que estariam extorquindo ele. Dias antes, PMs teriam entrado na casa dele. “A namorada dele disse que os policiais bateram demais nele, reviraram a casa e não encontraram nada. Aí começaram a exigir que dessem uma arma para os policiais”, disse o PM aposentado.

A vítima chegou a enviar um áudio para a namorada dizendo que estava sendo perseguido por policiais e que eles queriam que ele entregasse um revólver para os militares. “O celular, dizendo eles, é roubado. Eles querem que eu dê um revólver para eles agora. Vou ter que vazar”, disse ele no áudio, dias antes de morrer.

Com informações de G1