Justiça determina arquivamento de todas as investigações contra padre Robson
A juíza da 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e…
A juíza da 1ª Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores, Placidina Pires, em cumprimento a decisão Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) confirmada pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) no último dia 18, determinou o arquivamento de todas as investigações e inquéritos contra o padre Robson, além de mandar devolver todos os bens apreendidos.
“No que se refere aos bens sequestrados e bloqueados já houve decisão deste Juízo autorizando a liberação. Mas caso ainda haja algum bem pendente de desbloqueio e/ou liberação, assim que a parte interessada noticiar o fato, deverá ser realizado o cancelamento da indisponibilidade determinada por este Juízo.”
E ainda: “Quanto ao material probatório, autorizo a entrega dos dispositivos eletrônicos apreendidos com os investigados durante o cumprimento das buscas e apreensões que se encontram guardados na escrivania (UPJ) e no Depósito Público aos seus legítimos proprietários.”
Ela também alertou que, antes do arquivamento, a UPJ “deverá certificar as providências adotadas previamente, como, por exemplo, eventuais bloqueios de eventos, para afastar possíveis alegações de vazamento de informações”.
“Agora se encerra esse calvário pelo qual passou, injustamente, o padre Robson e ele poderá, tranquilamente, se recuperar das humilhações que sofreu e levar o evangelho a todo o povo brasileiro e goiano”, comemorou Pedro Paulo de Medeiros, advogado do religioso.
STJ sobre padre Robson
O STJ emitiu, em 18 de abril, certidão de trânsito em julgado para o processo que o Ministério Público Estadual provocou contra o padre Robson de Oliveira, ex-reitor de Basílica de Trindade. O documento encerra o caso e inocenta o padre das acusações formuladas contra ele.
O processo havia sido interrompido pelo Tribunal de Justiça de Goiás em outubro de 2020, porque os desembargadores entenderam que não havia indícios que comprovassem a materialidade dos crimes apontados pelo MP-GO. O processo criminal foi trancado no Tribunal de Justiça e, posteriormente, o inquérito civil público também.
Desde então, os promotores formularam reiterados pedidos para que as ações fossem reabertas, mas o desembargador Olindo Menezes rechaçou todas as tentativas. A última aconteceu no dia 15 de março deste ano e foi analisada pela sexta turma do STJ.
Três dias após a decisão, o religioso divulgou um vídeo em que diz que foi vítima de agressão absurda. “Presenciei minha casa sendo invadida da pior maneira que alguém possa imaginar. Fui acordado no início de uma manhã, com um grupo de pessoas entrando no meu quarto, revirando gavetas, mexendo nas minhas coisas pessoais e invadindo minha privacidade sem nenhum escrúpulo”, lembrou o religioso.
Entre as investigações, o padre era suspeito de usar recursos da Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe) e laranjas para fins criminosos. A apuração fez parte da Operação Vendilhões.