Justiça libera último clérigo preso pela Operação Caifás em Formosa
Juiz eclesiástico também foi solto por HC, em decisão da 2ª Câmara Criminal do TJ. Defesa afirma que há perseguição religiosa por parte de promotor
Um dia após a liberação de sete religiosos detidos pela Operação Caifás, do Ministério Público, o último que permanecia encarcerado, o juiz eclesiástico Thiago Wenceslau, foi liberado do Presídio Estadual de Formosa por volta das 19h de quarta-feira (18). Assim como os outros, ele responde a acusação de desviar cerca de R$ 2 milhões da Diocese de Formosa.
O pároco foi beneficiado por um habeas corpus impetrado pela defesa, liderada pelo advogado Thiago Santis, que afirmou ainda na quarta que a liberação era aguardada. Segundo Santis, a decisão de soltura é praticamente a mesma dos demais clérigos e também foi concedida pela desembargadora Carmecy de Oliveira, relatora do processo no colegiado da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás.
Agora, segundo o advogado, o próxima etapa do processo dará início a oitivas, em que testemunhas serão ouvidas e os acusados passarão por interrogatórios. “Eventualmente também teremos atos de responsabilização de algumas pessoas, já que se reconheceu que a prisão deles foi ilegal e eles passaram cerca de 30 dias detidos”.
“Perseguição”
Santis encara o pedido de prisão como um ato de perseguição religiosa liderado pelo promotor-chefe da investigação Douglas Chegury. “No meu entendimento há perseguição religiosa por parte do promotor, cujas atividades parecem incompatíveis com o Ministério Público”.
Conforme explica o advogado, Wenceslau saiu do presídio direto para a residência onde está acolhido e está sujeito às mesmas medidas cautelares que afetam os demais envolvidos, como recolhimento noturno após as 22h, proibição de se ausentar da comarca e obrigação de comparecer em todos os atos judiciais. “Todos estão no mesmo local, na comarca de Formosa. Não podemos revelar por uma questão de privacidade dos acusados. Ele também está sujeito às medidas cautelares, que, na verdade, é um procedimento adotado para todos que respondem a processos”.
A redação do Mais Goiás tentou contato com o promotor Douglas Chegury por meio de telefone celular e pelo número fixo da 5ª Promotoria de Formosa, mas as ligações não foram atendidas.