Polêmica

Justiça manda soltar PMs suspeitos de tortura em curso de formação no DF

Um desses presos era coordenador do curso, segundo-tenente Marco Aurélio Teixeira. Alvará é assinado pelo desembargador Sandoval Oliveira

Brasão da Polícia Militar do Distrito Federal (Foto: PMDF)

Os 14 policiais militares haviam sido presos por suspeita de participar de sessão de tortura no 16º curso de formação do Patrulhamento Tático Móvel do Batalhão de Choque (BPChoque) da PM do Distrito Federal foram soltos na manhã desta quinta-feira (2), por decisão da Justiça.

Um desses presos era o coordenador do curso, segundo-tenente Marco Aurélio Teixeira. O alvará de soltura é assinado pelo desembargador Sandoval Oliveira, para quem “não se extraem fundamentos concretos justificando a imprescindibilidade da medida extrema, porquanto carente de razões precisas a justificar o risco de a liberdade dos pacientes representar à apuração dos fatos.”

Aos 14 policiais, o juiz impôs medidas cautelares, como a proibição de acesso à referida unidade militar; a proibição de contato com qualquer dos investigados; e a proibição de contato com a vítima.

O caso
A acusação partiu do soldado Danilo Martins Pereira, 34 anos, que teria sofrido as agressões.

Na última terça-feira (30), a promotoria começou a ouvir testemunhas. Já estão prisão temporária 14 policiais militares suspeitos de cometer abuso contra Pereira. Entre os detidos está o coordenador do curso, o segundo-tenente Marco Aurélio Teixeira.

A vítima detalhou que, por oito horas, sofreu excessos, como espancamentos, socos no rosto, golpes com capacete, chutes e situações humilhantes na frente de seus colegas de turma. Como resultado dessa violência, o soldado ficou internado por seis dias na unidade de terapia intensiva do Hospital Brasília.