AUDIÊNCIA

Justiça mantém prisão de responsável por clínica onde mulher morreu após procedimento estético

Defesa diz que prisão é irregular e cliente colabora com as autoridades

A Justiça manteve presa a responsável por uma clínica no Parque Lozandes, em Goiânia, onde morreu Danielle Mendes Xavier de Brito Monteiro (foto) poucas horas depois de passar por um procedimento estético. Tanto a prisão da dona do estabelecimento quanto a audiência de custódia ocorreram na terça-feira (3).

Esta informação foi confirmada pela defesa da médica, que preferiu não comentar a situação. Contudo, os advogados dela, José Patrício Júnior e Antônio Celedonio Neto, emitiram uma nota em que classificam a prisão de Quésia Rodrigues Biangulo como “irregular”.

“É necessário dizer que deve-se observar, antes de qualquer pré-julgamento, que as informações encontram-se distorcidas com o único fim de manter uma prisão irregular e sem fundamento para tal.” Eles afirmam, ainda, que a profissional em todo tempo colaborou com as investigações, além de prestar auxílio a paciente e à família.

Também de acordo com eles, Quésia é uma profissional devidamente qualificada e habilitada para realizar a atividade que desenvolve em sua clínica, possuindo formação acadêmica em biomedicina e enfermagem. “Diferente do noticiado pela Autoridade Policial, a Clínica no período em que realizou todos os atendimentos em suas clientes estava devidamente regular, possuindo autorização de funcionamento, bem como alvará da vigilância sanitária.”

Acerca dos medicamentos utilizados, o texto esclarece que todos possuem autorização para serem comercializados.

Caso

Os agentes da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Consumidor (Decon) identificaram a clínica após receberem a denúncia de que uma paciente que havia sido submetida a um procedimento no sábado (30), morreu no dia seguinte, em uma clínica de Goiânia. Segundo a delegada Débora Melo, logo após ser convencida a realizar um procedimento estético, a servidora pública teve uma forte reação alérgica e uma parada cardíaca.

“O que descobrimos é que a vítima tinha ido ao local conhecer, mas foi convencida pelas atendentes a realizar um procedimento, que começou às 11h do sábado. Imediatamente após receber a aplicação de um ácido, ela teve uma alergia, um choque anafilático e uma parada cardíaca, ocasião em que a pessoa que realizou o procedimento tentou reanimá-la. Como não possuía um desfibrilador no local, ela chegou a fazer uma traqueostomia. O Samu foi acionado, levou a paciente a um hospital, mas no dia seguinte ela teve a morte cerebral constatada”, descreveu.

Conforme as autoridades, a mulher recebeu uma aplicação de hialuronidase. Trata-se de um tipo de enzima, produzida de forma manipulada. Ele serve para corrigir procedimentos feitos com ácido hialurônico. A clínica foi interditada.

A delegada disse que o fechamento ocorreu por irregularidades, como medicamentos vencidos, anestésicos de uso hospitalar, itens cirúrgicos sem esterilização, materiais limpos misturados com materiais sujos e mais. Ainda conforme a autoridade, a empresária também não poderia realizar aqueles procedimentos.