Justiça marca júri de ex-aluno acusado de matar professora em Inhumas
Henrique confessou à polícia que agiu por vingança porque a professora o repreendia por seu comportamento em sala

O Tribunal do Júri de Inhumas (GO) julgará, na próxima terça-feira (9), Henrique Marcos Rodrigues de Oliveira, acusado de assassinar a professora Cleide Aparecida dos Santos, de 60 anos, a facadas em 2022. O crime, motivado por supostas “broncas” recebidas durante o período escolar, chocou a cidade e mobilizou a comunidade em busca de justiça.
O júri, presidido pela juíza Mônica Miranda Gomes de Oliveira Estrela, começará às 9h. Entre as testemunhas, está Anicio Nonato da Silva Júnior, filho da vítima, que foi ferido ao tentar defender a mãe durante o ataque.
Henrique, que tinha 24 anos na época, confessou à polícia que agiu por vingança, alegando que a professora o repreendia por seu comportamento em sala de aula e por vender drogas nas proximidades da escola. Ele havia sido aluno dela em 2014, no Colégio Estadual Presidente Castelo Branco — que foi renomeado em homenagem à professora.
Uma vida dedicada à educação e à família
Cleide Aparecida dos Santos dedicou 37 anos à educação em Goiás, atuando como professora, diretora e, nos últimos anos, profissional de apoio a alunos com necessidades especiais no Atendimento Educacional Especializado (AEE). Formada em Pedagogia pela UEG e especializada em Psicopedagogia, ela passou a maior parte de sua carreira no mesmo colégio que hoje carrega seu nome.
“Ela era muito apegada à família. Gostava de cuidar das plantas, rezar o terço e passar tempo comigo e com meus avós”, lembra Anício, filho da vítima. A rotina simples e cheia de afeto foi interrompida no dia em que Henrique invadiu a casa da vítima.
Mãe de Anício, filho único, ela mantinha uma união estável há mais de 22 anos com o pai dele. Segundo o filho, todos os fins de semana reunia a família — incluindo seus pais, já idosos e com declínio cognitivo, que ela ajudava a cuidar.
Histórico do acusado e busca por justiça
Antes do crime, Henrique já tinha passagens pela polícia. Em fevereiro de 2022, foi preso por tráfico de drogas após uma operação que encontrou maconha, dinheiro e uma faca em sua casa. Como réu primário, conseguiu liberdade via habeas corpus após duas semanas detido.
A família de Cleide aguarda o julgamento como um passo decisivo para o encerramento do caso. “Estamos confiantes de que ele será condenado e esperamos que a pena seja longa, principalmente considerando o perigo que representa”, destacou Anício, filho de Cleide.
O Mais Goiás não conseguiu localizar a defesa do réu para que se posicionasse.