Justiça pede exames de insanidade mental em acusada de matar e esconder corpo da filha
Juiz pretende esclarecer se Márcia Bersanetti era portadora de doença mental, se apresentava retardo e se tinha capacidade de entender a ilicitude do fato
Acusada de matar e esconder o corpo da filha recém-nascida, a professora Márcia Bersanetti Zaccarelli terá que passar por exames de sanidade mental. O pedido é do juiz Jesseir Coelho de Alcântara, da 1ª Vara Criminal de Goiânia, que ainda determinou a suspensão do processo por 45 dias.
Com os exames, que serão realizados pela Junta Médica do Poder Judiciário, o juiz pretende esclarecer se Márcia Bersanetti era, na época do crime, portadora de doença mental, se apresentava desenvolvimento mental incompleto ou retardado, e se tinha plena capacidade de entender a ilicitude do fato.
O magistrado também quer esclarecimentos sobre estado puerperal, prazo de duração e como uma mãe age nessa situação, além de saber se ela matou a filha para esconder a situação, entre outros quesitos.
Denúncia
Márcia Zaccarelli Bersanetti foi denunciada pelo MPGO por homicídio e ocultação de cadáver. Ela é acusada de matar a filha recém-nascida, em 17 de março de 2011, e de ter escondido o corpo do bebê dentro do escaninho do prédio onde morava, por mais de cinco anos. A ré está presa preventivamente desde 11 de agosto, um dia após a polícia encontrar o cadáver, mediante delação do ex-marido da denunciada.
A mulher chegou a confessar ter matado a filha por asfixia, tampando o nariz da criança. Ela disse que escondeu a gravidez de amigos e familiares por ter sido fruto de um relacionamento extraconjugal. Logo após a alta hospitalar, a mulher foi até a uma praça no Setor Coimbra, onde cometeu o crime. Em seguida, colocou o corpo dentro de uma bolsa e levou para o apartamento onde morava. Depois, Márcia, acondicionou o cadáver em sacos plásticos e em caixas de papelão e o ocultou no escaninho, dentro da garagem.
Na segunda-feira (26), Márcia prestou depoimento. Em muitos momentos ela chorou e deu detalhes do que teria acontecido, mas não soube explicar como o bebê morreu. “Eu não matei minha filha. Eu não asfixiei”, negou.