CASO HENRIQUE

Justiça prorroga prisão de PMs suspeitos de matar jovem após abordagem, em Goiânia

Henrique Alves foi colocado dentro de uma viatura por quatro policiais e encontrado sem vida a 14 km do local da abordagem

Foto: Reprodução

A prisão dos quatro policiais militares que foram flagrados ao colocar Henrique Alves Nogueira, de 28 anos, dentro de uma viatura  foi prorrogada por mais 30 dias, conforme decisão do juiz Eduardo Pio Mascarenhas. A prorrogação foi divulgada na segunda-feira (12). Henrique foi encontrado morto cerca de 12 horas após a abordagem no dia 11 de agosto. Os militares, que possuem registro em oito casos de homicídio, foram presos cinco dias após a detecção do corpo de Henrique.

Na decisão, o magistrado argumenta que a prorrogação se faz necessária porque a investigação ainda está em andamento e outras provas que esclarecem o ocorrido podem ser colhidas ao decorrer das diligências.  Afirma ainda que a “gravidade do crime e possível fraude processual ao registrar o RAI sobre a falsa morte em confronto com a polícia” é justificativa para manter a prisão.

“São policiais militares, têm fácil acesso às provas e tentaram, inclusive, apagar as filmagens da abordagem policial que culminou na morte da vítima”, explica Mascarenhas.

Morte após abordagem policial

Câmeras de segurança de um estabelecimento comercial do bairro Jardim Europa registraram quando Henrique andava pela rua e foi abordado pelos policiais militares. Os agentes desembarcaram da viatura com armas em punho, apontadas para o jovem que se rende. Após revista e cerca de cinco minutos de conversa, Henrique é colocado dentro da viatura que segue para rumo desconhecido.

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Prisão de PMs que abordaram jovem encontrado morto é prorrogada em Goiânia (Foto: reprodução)

A abordagem aconteceu às 8h da manhã. Desde então, a família não conseguiu contato com ele e procurou a delegacia para registrar um boletim de ocorrência por desaparecimento. Por volta das 22h do mesmo dia, Henrique foi encontrado morto no Residencial Real Conquista, a 14 km de onde foi abordado pelos policiais.

Um laudo médico apontou que a morte foi causada por “choque hemorrágico em consequência de politraumatismo por meio de projetil de arma de fogo”. Dois disparos atravessaram o corpo do rapaz, um ficou alojado e um quarto não foi encontrado.

Confronto forjado

Os policiais foram afastados de suas funções dois dias após o homicídio. Para os investigadores, eles revelaram que Henrique morreu em um confronto enquanto tentava fugir da PM. “Eles (policiais) relatam que estavam andando ocasionalmente, se depararam com uma moto. Então, pediram para parar, mas o motociclista fugiu e o carona confrontou a equipe”, relata o delegado André Veloso, responsável pela investigação.

Além do confronto, consta no Registro de Atendimento Integrado (RAI) – feito pelos militares- que uma mochila com porções de drogas foi encontrada com a vítima. No entanto, o delegado ressalta que as imagens comprovam que Henrique foi abordado e colocado dentro da viatura sozinho e não havia mochila alguma com ele.

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