Laudo pericial do ônibus onde estudante morreu após cair deve ficar pronto em 10 dias

O laudo pericial do ônibus da linha Eixo Anhanguera onde a estudante Leidiane Teixeira Cruz estava quando se desequilibrou e caiu após a porta abrir, no último dia 17 de agosto, deve ficar pronto em 10 dias, segundo o perito criminal Celso Faria de Souza. A mulher de 28 anos levava marmita para o marido quando se desequilibrou e apoiou nas portas do veículo, que cederam. A mulher caiu do coletivo em movimento e bateu a cabeça. A vítima chegou a ser hospitalizada em Goiânia, mas morreu no dia seguinte à internação.

Na segunda-feira (22), o perito esteve na sede da Metrobus para analisar o ônibus e coletar algumas peças para uma análise mais profunda.

“Periciamos o veículo inteiro, o sistema de acionamento da porta e iniciamos uma primeira busca por causas, para identificar o que aconteceu. A gente desmontou parte do sistema e vamos levar para fazer uma análise em bancada. Depois disso, ainda vamos testar alguns componentes. Se algum desses componentes apresentar falha, podemos apontar que foi ele que não estava em funcionamento e é a causa do acidente. Se a gente não precisar retornar para analisar mais peças, estimo que em 10 dias conseguimos entregar esse laudo”, explica Celso.

Câmeras de segurança interna do ônibus

Dois dias após o acidente, a Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (Dict) divulgou as imagens da câmera de segurança interna do ônibus que mostram o momento em que Leidiane caiu. De acordo com o perito, a gravação é um dos elementos a serem investigados, já que analisar somente ela pode levar a conclusões enganosas com o risco de comprometer a investigação.

“A imagem da câmera de segurança é um dos vestígios e a gente não pode analisar evento nenhum sob a ótica de um único vestígio. Aquela imagem mostra uma pessoa caindo do ônibus, mas se eu falar que a pessoa caiu sem apresentar nenhuma justificativa, o laudo vai embasar também o inquérito do delegado e ele pode chamar testemunhas e levantar a hipótese de que alguém empurrou a moça, por exemplo”, afirma o perito.

Travas de segurança

Celso Faria relata ainda que a perícia solicitou informações sobre o sistema do ônibus aos fabricantes para ajudá-los a entender o funcionamento do ônibus, uma vez que o sistema é moderno e possui travas de segurança para evitar que a porta se abra com o veículo em movimento.

“Esse sistema que tem nesses ônibus é moderno. Nos ônibus antigos, existia um comando pneumático que, quando acionado, abria ou fechava a porta. Se o ônibus estivesse em movimento e o motorista abrisse a porta, ela abria. Agora, esse ônibus não. Ele tem um sistema que impede que o ônibus ande com a porta aberta e outras travas de segurança para impedir esse tipo de acidente, por isso precisamos de tempo para avaliar”, conclui o perito criminal.

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