Laudo revela que arma de suposto serial killer matou outras 13 pessoas
Preso em Goiás, vigilante Tiago Rocha confessou ter matado 29 pessoas.
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Novos laudos balísticos apresentados pela Polícia Técnico-Científica nesta quinta-feira (04/12) comprovaram que mais 13 pessoas foram mortas por projetéis disparados pela arma apreendida com o vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 26 anos, em Goiânia.
As vítimas mortas por projetéis disparados pela arma apreendida com o vigilante foram: Tais Pereira Almeida, Ana Maria Victor Duarte, Beatriz Cristina Oliveira, Bárbara Luiza Ribeiro, Lilian Sissi Mesquita, Wanessa Oliveira, Thamara da Conceição, Tayanara Rodrigues da Cruz, Isadora Aparecida, Ana Karla Lemes, Janaína Nicácio, Mauro Ferreira Nunes e Pedro Henrique de Paula Souza.
Desde a prisão do vigilante, 17 laudos de balística foram concluídos pela Polícia Científica – três deles horas após a apreensão da arma. Em 16 deles a análise comprovou que os projéteis recolhidos no corpo das vítimas saíram do revólver Taurus calibre 38 apreendido na casa de Tiago Henrique no dia da prisão.
Com isso, a polícia encerrou os confrontos balísticos dos crimes investigados pela força-tarefa instituída no dia 4 de agosto para apurar a série de assassinatos praticados por um motociclista contra mulheres em Goiânia.
De acordo com a superintendente da Polícia Técnico-Científica, Rejane Sena Barcelos, um dos exames de balística foi inconclusivo por causa da qualidade do material recolhido. “O projétil quando entra no corpo dependendo do aparato que ele encontra, por exemplo, um osso, sofre deformações. Em função dessas informações podem levar a esse laudo que pode ser inconclusivo”, explica.
Segundo a perita Tatiana Pires, que participou da força-tarefa sobre o caso, os projéteis encontrados em alguns corpos são de materiais diferentes, o que tornou as análises mais complexas. Outro complicador é que alguns estavam mais danificados. “Quando temos a arma, procuramos padrões”, afirma.
Durante o trabalho, foram analisados 66 projéteis, dois estojos, três cartuchos e dez armas. “A conclusão dos laudos foi rápida, pois são exames complexos e minuciosos, por se tratar de microbalística. São horas e horas de trabalho em um microscópio”, explica Rejane.
A superintendente Rejane Barcelos informou, ainda, que não há outras solicitações de laudos de balística sobre o caso até o momento, o que pode vir a ocorrer assim que a Polícia Civil enviar materiais.
O delegado Tiago Damasceno disse que os laudos são importantes para a conclusão dos inquéritos. “Eles serão juntados a outras provas para comprovar a materialidade dos crimes”, diz.
Laudos concluídos
VÍTIMA | DATA DO CRIME | RESULTADO |
Ana Lídia de Sousa Gomes | 02/08/2014 | Positivo |
Juliana Neubia Dias | 26/07/2014 | Positivo |
Rosirene Gualberto da Silva | 19/07/2014 | Positivo |
Taís Pereira Almeida | 09/03/2014 | Positivo |
Ana Maria Victor Duarte | 14/03/2014 | Positivo |
Beatriz Cristina Oliveira Moura | 19/01/2014 | Positivo |
Barbara Luiza Ribeiro Costa | 18/01/2014 | Positivo |
Lilian Sissi Mesquita e Silva | 03/02/2014 | Positivo |
Wanessa Oliveira Felipe | 23/04/2014 | Positivo |
Thamara da Conceição Silva | 15/06/2014 | Positivo |
Taynara Rodrigues da Cruz | 15/06/2014 | Positivo |
Isadora Aparecida Candida dos Reis | 23/04/2014 | Positivo |
Ana Karla Lemes da Silva | 15/12/2013 | Positivo |
Janaína Nicácio de Souza | 08/05/2014 | Positivo |
Mauro Ferreira Nunes | 28/03/2014 | Positivo |
Pedro Henrique de Paula Souza | 20/06/2014 | Positivo |
Bruna Gleycielle de Souza Gonçalves | 08/05/2014 | Inconclusivo |
PRISÃO
Tiago da Rocha foi preso no dia 14 de outubro, em Goiânia. Na ocasião, ele confessou à Polícia Civil ter matado 39 pessoas desde 2011. Entretanto, segundo informou o delegado Murilo Polati, o vigilante prestou novos depoimentos na companhia de advogados e reduziu o número de confissões para 29.
O vigilante ficou em uma cela da Delegacia Estadual de Repressão a Narcóticos (Denarc) por oito dias. No dia 22 de outubro, Tiago foi transferido para o Núcleo de Custódia do Complexo Prisional, em Aparecida de Goiânia, onde está isolado dos demais detentos