GARFO QUENTE

Lesões apontam suposta tortura a menino morto pelo padrasto em Rio Verde

De acordo com o delegado Danilo Fabiano, as marcas são antigas, mas demonstram lesões características de tortura

Uma perícia realizada pelo Instituto Médico Legal (IML) identificou lesões antigas que apontam suposta tortura ao menino de 2 anos espancado e morto pelo padrasto, em Rio Verde. O crime ocorreu na noite da última segunda-feira (31) e teria sido cometido porque a vítima chorava e chamava pela mãe. O homem confessou o assassinato e foi preso. A mãe está detida por omissão. As informações são do delegado responsável pelo caso, Danilo Fabiano Carvalho.

Em entrevista ao Mais Goiás, o investigador contou que foram detectadas marcas de agressões feitas anteriormente, bem como uma lesão causada por queimadura feita com um garfo quente. O item, segundo ele, foi encontrado na casa da vítima durante diligências feitas no imóvel.

De acordo com ele, os hematomas antigos não foram a causa da morte, mas demonstram lesões características de tortura. “O médico legista constatou que a causa do óbito foi uma lesão na região abdominal, que provocou um sangramento interno”, salientou.

Danilo conta, ainda, que testemunhas relataram que o garoto era agredido constantemente. Conforme explicou o delegado, o Conselho Tutelar chegou a ir até a residência da criança por duas vezes após denúncias anônimas. “A mãe falava que não tinha nada de errado e que as denúncias eram fantasiosas, mas os vizinhos falaram que ouviam as agressões”, disse.

Reconstituições

Danilo Fabiano conta que o caso ainda está em fase de investigação e apura dois fatos. O primeiro refere-se à responsabilidade criminal do assassinato e o segundo gira em torno da omissão da mãe da vítima, que, segundo o investigador, sabia da violência e não tomou providências para cessar as agressões.

Até agora, duas reconstituições do crime foram realizadas. Na terça-feira (1), com a presença do padrasto, e na quarta-feira (2), com a presença da mãe da criança.

O delegado informou também que as investigações devem ser concluídas na próxima semana. A Polícia segue ouvindo vizinhos e familiares para finalizar as apurações.

O Mais Goiás busca contato com a defesa dos suspeitos. O espaço segue aberto para manifestação.

Relembre

O crime ocorreu na última segunda-feira (31) quando o menino e o padrasto ficaram em casa sozinhos. À Polícia Militar (PM), o homem afirmou que ficou nervoso com o choro da criança e desferiu chineladas e socos contra o garoto. Ele relatou que tentou dar banho na vítima para tentar reanimá-la, mas sem sucesso.

Então, ele colocou o menino em um colchão e voltou a fazer os afazeres. À mãe da vítima, o suspeito disse que a criança havia caído no banheiro. Após entrevista aos militares, o homem confessou o crime.