Líder de organização que roubava gado em Goiás é condenado a 64 anos de prisão
Acusado de liderar uma organização criminosa que roubava gado no interior de Goiás, Ronaldo Bezerra…
Acusado de liderar uma organização criminosa que roubava gado no interior de Goiás, Ronaldo Bezerra da Silva foi condenado a 64 anos e 10 meses de prisão. As investigações apontam para participação em roubos, furtos e, posteriormente, na venda de animais em leilões com notas fiscais falsas. Estima-se que o grupo tenha movimentado no mínimo 500 cabeças de gado em Porangatu, Hidrolina, Itaguaru, Uruaçu e São Luiz do Norte. Os crimes foram praticados em 2019.
Segundo sentença da juíza Placidina Pires, titular da Vara dos Feitos Relativos a Delitos Praticados por Organização Criminosa e de Lavagem ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores, o homem terá que restituir o prejuízo às vítimas que ainda não conseguiram recuperar os bens
Conforme o inquérito policial, a organização foi a “mais bem estruturada que já atuou em Goiás”, tendo causado grave temor aos moradores da zona rural nas regiões por onde passou.
O grupo chegou a empregar armas de fogo e ameaça para render fazendeiros, que foram mantidos em cativeiro durante os roubos.
Roubo de gado
Conforme a denúncia, apresentada pelo Ministério Público do Estado de Goiás (MP-GO), havia uma “hierarquia no grupo, com nítida divisão de tarefas e funções”.
Parte era encarregada dos roubos e furtos, enquanto outra era responsável por transportar e esconder e, por fim, a última, ficava a cargo de comercializar os semoventes, bem como esconder a origem ilícita. Os demais integrantes tiveram o processo desmembrado e foram condenados em sentença separada.
Segundo os autos, os três núcleos da organização criminosa interagiam e dialogavam, “formando assim uma verdadeira rede criminosa, com estrutura permanente e compartimentada, com objetivo de obter vantagem econômica direta e indiretamente com a prática dos crimes já mencionados”.
Ronaldo Bezerra seria o líder da articulação. Além de dar ordens aos demais integrantes, ele costumava participar de roubos e era proprietário de dois imóveis rurais, nos quais o gado era escondido até o momento da venda nos leilões.
Decisão
Na sentença, a magistrada ponderou que Ronaldo liderava e participava dos crimes, “estes perpetrados mediante violência e grave ameaça a pessoa, exercidas com o emprego de arma de fogo e facão”.
Dessa forma, a juíza Placidina Pires determinou que o acusado não poderá recorrer em liberdade, uma vez que é reincidente e poderá voltar a praticar novas infrações penais.
Para restituir o valor dos bens às vítimas, a juíza também determinou o sequestro de bens sendo um veículo reboque, uma camionete, um carro, um caminhão e as cabeças de gado encontradas em suas duas propriedades rurais no município de Indiara.