Operação Anjo da Guarda 2

Líder de seita é preso suspeito de estuprar crianças durante rituais, em Caiapônia

Avó das vítimas também foi presa. Abusos eram descritos em um diário que foi apreendido pela polícia

Um homem, líder de uma seita, foi preso na manhã desta sexta-feira (4) após deflagração da Operação Anjos da Guarda 2, em Caiapônia, a 335 quilômetros de Goiânia. A prisão foi feita pela Polícia Civil (PC) e, segundo a corporação, ele é suspeito de abusar sexualmente de três crianças durante os rituais. A avó das meninas, de 49 anos, também foi presa.

Segundo o delegado Marlon Souza, a seita existe há cerca de dois anos e possui características de rituais de magias negra. Tanto que abusos sexuais eram vistos como sacrifício, por parte da avó das meninas, para enriquecimento financeiro. Os crimes eram cometidos em um acampamento, onde também eram realizados os rituais.

Em depoimento, a avó e o homem, que tem 42 anos, confessaram os crimes. O líder espiritual teria dito que os abusos eram praticados quando ele recebia entidades. Segundo o delegado, ele chegou a agradecer a prisão, pois “as entidades estavam exigindo sacrifícios cada vez maiores”.

Locais aonde eram realizados os abusos (Foto: Divulgação/PC)

Marlon destaca que a mãe de uma das meninas, que mora em Rio Verde, estranhou o comportamento da filha e a insistência da avó em levar as netas para a cidade. A suspeita é de que os abusos aconteciam há cerca de cinco meses. As crianças têm entre 7 e 13 anos. “As meninas foram submetidas a exames de corpo de delito que, em duas delas, comprovaram a conjunção carnal. Em uma delas ficou constatado os atos libidinosos”, explica.

O delegado conta que a avó tinha um relacionamento extraconjugal com o líder da seita e que ambos ameaçavam as meninas para não dizer a ninguém sobre os abusos. A mulher ainda instruía as netas a culparem o marido caso os fatos viessem à tona. Também foram apreendidos diários onde eram descritos minuciosamente os estupros.

As investigações continuam para identificar outros possíveis autores dos crimes, assim como supostas vítimas, explica o delegado. Os presos vão responder por estupro de vulnerável e podem pegar até 15 anos de prisão por cada vítima.

Diário em que eram descritos os abusos (Foto: Divulgação/PC)